Aumento das transaminases: Diagnóstico

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A elevação das transaminases, freqüentemente, mas não sempre; indica alteração hepática. Determina-se a alanina aminotransaminasa (ALT-TGP) e a aspartatoaminotransaminasa (AST-TGO), cujos valores normais são menores de 40 UI embora esta cifra possa variar muito segundo o sexo e o laboratório.

Esta última é menos específica de enfermidade hepática já que se encontram também no músculo cardíaco, ossos, rins, cérebro, pâncreas, pulmões, leucócitos e eritrócitos. O primeiro passo diante de um aumento assintomático das transaminases é repetir os exames e confirmar o resultado.

1. Uma vez confirmado, é importante realizar uma boa história clínica e exploração física com o fim de identificar as causas mais comuns da elevação: abuso de álcool, exposição parenteral a vírus (dependente de drogas, tatuagens, transfusões…), enfermidade biliar prévia, fármacos hepatotóxicos, inmunosupresión, hepatopatía prévia, doença cardíaca…

2. Como testes de laboratório que se devem realizar. Hemograma, coagulação, bioquímica completa, serologia dois vírus das hepatites (HAV, HBV, HCV, Citomegalovirus, Epstein-Barr, Herpes), autoanticuerpos, imunoglobulinas, alfa1antitripsina, ceruloplasmina, ferro serico, transferrina…

3. A seguir é conveniente realizar uma ultra-sonografia abdominal descartando a existência de patologia biliar, dados de enfermidade hepática crônica,…

4. Se na ultra-sonografia aparece uma dilatação de via biliar, sinais de colestasis (podem existir sinais clínicos sugestivos ao mesmo tempo, como febre, dor…), neoplasia biliar, provavelmente sejam estes a origem do aumento do transaminases e se teria que tratar estas doenças para sua normalização.

5. A ultra-sonografia pode evidenciar a existência de um tumor.

6. Outra possível causa da elevação das transaminases seria de origem viral. No caso de uma hepatite aguda existiria um aumento do transaminases superior a 10 vezes o limite superior da normalidade e geralmente ALT maior que AST. Com estes dados e serologia positiva para infecção aguda é necessário monitorar os resultados das transaminases e a serologia com controles posteriores dado o risco de cronificação (principalmente nas hepatite B e C) que seriam outra causa de aumento leve da transaminases e que precisaria a realização de uma biópsia hepática para decidir sobre o início de tratamento.

7. Sempre é necessário interrogar o paciente sobre consumo de álcool, em cujo caso o quociente AST/ALT é maior de 2. A elevação das transaminases será major no caso de hepatite aguda alcoólica que secundário a hepatopatía prévia. É muito importante nestes casos a abstinência rigorosa de álcool.

8. Não devemos pensar unicamente em causa biliar ou hepática ante um aumento das transaminases já que uma origem muito freqüente é a isquémico. Para isso e necessário levantar a história prévia de doença cardíaca, hipotensão, shock, sepsis… Nestes casos existe também um aumento importante do colesterol LDH.

9. Se não existir afetação biliar, as serologias são negativas e não existe história de consumo de álcool, sempre terá que se suspeitar de uma provável origem tóxica e interrogar o paciente sobre outros tratamentos que posa estar efetuando, inclusive alternativos a base de ervas ou vitaminas já que existe uma grande quantidade de produtos hepatotóxicos sendo os mais importantes os antibióticos, antiinflamatórios, antiepilepticos, estatinas. Geralmente é necessária a interrupção destes medicamentos para a normalização das transaminases.

10. Ante uma elevação do transaminases em um paciente obeso, é necessário pesquisar a existência de esteatoses hepática ou ainda esteatohepatites não alcoólica a qual se pode visualizar na ultra-sonografia, recomendando então perda de peso e controles posteriores das transaminases. Em muitos casos é necessária a realização de biópsia hepática já que a esteatohepatitis pode evoluir a cirrose.

11. Por último, outras causas de elevação do transaminases que terá que descartar seria a existência de hepatite autoinmune (autoanticuerpos positivos, hipergammaglobulinemia), hemocromatosis (ferro serico e índice de saturação de transferrina elevado), doença de Wilson (cobre elevado…) sendo em todas elas necessário a realização de biópsia hepática para confirmar o diagnóstico e pautar tratamento.

Fonte:
Condensado e adaptado para compreender pelos pacientes por Carlos Varaldo. Origem: El Mundo Salud.

Carlos Varaldo
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