Gravidade da hepatite aguda A durante a gravidez

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A hepatite A é a causa mais freqüente de hepatite aguda. É a responsável por 1,4 milhões de casos anuais nos países ocidentais. Em geral e uma doença que afeta as crianças, mas devido à melhoria nas condições socioeconômicas e aos programas de vacinação, incrementou-se a idade média do diagnóstico.

Na idade adulta, a hepatite aguda do tipo A tem um maior risco, já que pode evoluir mais freqüentemente para uma hepatite fulminante. A infecção em mulheres grávidas poderia ser prejudicial para a mãe e para o feto, mas os dados disponíveis ainda são poucos.

Um estudo levado a cabo em Israel pesquisou os efeitos da hepatite A aguda em um grupo de 13 pacientes que sofreram a doença no segundo ou terceiro trimestre da gravidez. Este grupo foi identificado a partir de uma análise retrospectiva das histórias de 79.458 mulheres gestantes atendidas em um mesmo centro em um período de 25 anos.

Observou-se uma elevada freqüência de complicações na gestação (69%) nas 13 pacientes que sofreram uma hepatite A. Estas complicações incluíram contrações prematuras, desprendimento da placenta, ruptura prematura de membranas e hemorragia vaginal. Devido a estas causas, o parto foi prematuro em oito pacientes (a média de apresentação se situou na semana 34). Três dos nascimentos apresentaram complicações. O peso meio dos recém-nascidos de mães com hepatite A aguda foi menor (1.778 gr contra a 3.040 gr).

Embora a incidência de hepatite A aguda na gravidez é baixa, os resultados deste estudo indicam que esta infecção pode ter conseqüências importantes para a saúde da mãe e do feto. Os autores destacam as similitudes entre a hepatite aguda A e E, por isso propõem que as conseqüências na gestação da hepatite A poderiam ser similares às da hepatite E. Felizmente, a diferença do descrito na hepatite E, neste estudo a recuperação das mães e os recém-nascidos foi completa e sem seqüelas. Por isso, os autores sugerem realizar testagem para hepatite A na primeira visita da gestação e proceder a vacinar às mães se esta for negativa.

Fonte: E. Elinav e outros – Gastroenterology 2006; 130: 1129-1134.

MEU COMENTÁRIO

Todas as mulheres que tenham a intenção de engravidar deveriam realizar testes para a hepatite A e se não se encontrarem anticorpos devem receber a vacina.

Carlos Varaldo
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