Transmissão da hepatite C

2024

Novas infecções causadas pela hepatite C diminuíram nos últimos anos, resultado do controle de sangue nas doações, ao uso generalizado de seringas de injeção e outros materiais descartáveis e um menor consumo de drogas injetáveis, mas apesar da diminuição ainda existem novos casos. Resulta difícil estimar a quantidade de novos casos devido a que a fase aguda da infecção muitas vezes passa totalmente sem sintomas.

A eliminação do vírus de forma espontânea acontece em aproximadamente 25% dos infectados, em geral nos pacientes que apresentam sintomas como gripe e icterícia (ficam com os olhos e pele amarelada) nos primeiros três meses após a infecção.

A transmissão da hepatite C nas transfusões de sangue passou a ser praticamente inexistente nos países desenvolvidos que realizam testes de biologia molecular nas doações (testes NAT)

A transmissão de pacientes submetidos a cirurgias e procedimentos hospitalares ou de diagnósticos invasivos representa conforme alguns estudos entre 15 e 25% dos novos casos. Na maioria dos casos devido ao não cumprimento das normas de biossegurança.

A transmissão ocupacional (acidentes de trabalho) é possível, mas estudos recentes mostram um menor risco de transmissão quando acontece uma perfuração acidental com uma agulha infectada.

A transmissão da mãe infectada para a criança durante o nascimento é baixa, inferior a 5% de possibilidade de contagio durante o parto e 20% das crianças infectadas eliminam o vírus de forma espontânea nos primeiros três anos de vida. A hepatite C não se transmite pela amamentação da criança.

O risco de transmissão sexual em casais heterossexuais monogâmicos é extremamente baixo e difícil de acontecer, motivo pelo qual não se recomenda métodos de prevenção como o uso de preservativos nesses casos. Nos casos de indivíduos co-infectados com HIV/AIDS e hepatite C o risco de transmissão é real e o uso de preservativos devem ser recomendados como obrigatório.

Estudos confirmam o aumento de casos de hepatite C em indivíduos homossexuais infectados com HIV/AIDS. Diversas hipóteses como uma maior carga viral em função da co-infecção, feridas ulcerativas causadas por outras doenças, como a sífilis, um maior número de parceiros sexuais e a pratica de determinadas praticas sexuais agressivas com a utilização de brinquedos sexuais podem ser as causas desse aumento.

A transmissão por compartilhamento de instrumentos de uso pessoal como alicates de unha, laminas de barbear e escovas de dentes, entre outros, é possível caso não sejam os instrumentos esterilizados corretamente e as normas de vigilância sanitária desrespeitadas.

A transmissão pelo consumo de drogas injetáveis segue sendo o principal modo de transmissão, sendo estimado que representem 1/3 dos novos casos. Os programas de redução de danos conseguiram reduzir os casos em alguns países.

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Estado actual de la hepatitis aguda C – Martínez-Rebollar, María; Larrousse, María; Calvo, Marta; Muñoz, Ana; González, Ana; Loncà, Montse; Martínez, Esteban; Blanco, José Luis; Mallolas, Josep; Laguno, Montserrat – Enferm Infecc Microbiol Clin. 2011;29:210-5. – vol.29 núm 03

Carlos Varaldo
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