Infectados com hepatite C geralmente apresentam níveis baixos de vitamina D e tal condição parece estar associada a uma menor possibilidade de cura ao realizar o tratamento com interferon e ribavirina. Tal impacto ainda não foi estudado em indivíduos co-infectados com HIV e hepatite C.
Os pesquisadores estudaram 95 pacientes co-infectados HIV/HCV nos quais foram realizados testes de carga viral do HCV, genótipo, IL28B, nível de vitamina D e a realização da biopsia do fígado.
Foi possível avaliar a resposta ao final do tratamento e a resposta sustentada (seis meses após o final do tratamento) de 74 desses pacientes, tratados com interferon peguilado e ribavirina.
De acordo com o nível de vitamina D, determinada pelo teste “25-hidroxi-vitamina D” realizado ao iniciar o tratamento os pacientes foram divididos em grupos considerados como em nível normal os que apresentavam resultados acima de 30 mcg/L, considerando com nível insuficiente os que apresentavam entre 10 e 30 mcg/L e, como deficientes os que apresentavam um resultado inferior a 10 mcg/L.
Apenas 17% dos pacientes apresentavam um nível normal de vitamina D, 58% apresentavam insuficiência e 25% deficiência.
A atividade necro inflamatória encontrada nas biopsias mostrou que se encontravam na escala Metavir A2 33% dos pacientes com deficiência de vitamina D, 14% dos que apresentavam insuficiência e zero % dos que apresentavam níveis normais.
Ao final do tratamento se encontravam indetectáveis 53% dos pacientes com deficiência de vitamina D, 83% dos que apresentavam insuficiência e 93% dos que apresentavam níveis normais de vitamina D.
A resposta sustentada, considerada a cura da hepatite C, foi de 38% dos pacientes com deficiência de vitamina D, 55% dos que apresentavam insuficiência e 73% dos que apresentavam níveis normais de vitamina D.
Naqueles pacientes que o resultado do teste IL28B foi CT ou TT a possibilidade de sucesso com o tratamento foi de 13% dos pacientes com deficiência de vitamina D, 53% dos que apresentavam insuficiência e 83% dos que apresentavam níveis normais de vitamina D.
Entre os que na biopsia apresentavam fibrose elevada ou cirrose a possibilidade cura com o tratamento foi de 20% dos pacientes com deficiência de vitamina D, 50% dos que apresentavam insuficiência e 50% dos que apresentavam níveis normais de vitamina D.
Concluem os pesquisadores que níveis baixos de vitamina D, medida pelo teste “25-hidroxi-vitamina D” estão associados com uma progressão mais rápida da fibrose nos indivíduos co-infectados HIV/HCV e a possibilidade de cura ao realizar o tratamento com interferon peguilado e ribavirina é prejudicada nos pacientes com níveis baixos da vitamina D, especialmente naqueles pacientes considerados mais difíceis de tratar.
Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Low vitamin d serum levels are associated with liver fibrosis and impaired virologic response to antiviral therapy with pegifn+rbv in hiv/hcv coinfected patients – M. Mandorfer, T. Reiberger, B.A. Payer, A. Ferlitsch, F. Breitenecker, M.C. Aichelburg, B. Obermayer-Pietsch, A. Rieger, M. Peck-Radosavljevic – EASL 2012 – Abstract 907
Carlos Varaldo
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