Diversos problemas podem acontecer em infectados com o vírus da hepatite C. Quando eles aparecem são considerados como manifestações extra-hepáticas associadas à presença do vírus HCV no organismo já que são desencadeados ou facilitados pela infecção.
Em menor ou maior prevalência alguma dessas manifestações extra-hepáticas podem acometer alguns infectados, mas não necessariamente elas irão a aparecer e nunca todas elas estarão presentes. Por favor, não somatize nem fique apavorado.
A seguir, entre outras, algumas das manifestações extra-hepáticas associadas à hepatite C.
1 – Manifestações que podem acontecer na pele:
– Vasculite cutânea: As vasculites cutâneas representam um desafio clínico, mesmo após um exame dermatológico cuidadoso e da realização de exames complementares. A vasculite crioglobulinêmica cutânea em geral é associada à infecção crônica pelo vírus da hepatite C. Ante casos de vasculite os dermatologistas devem solicitar o teste da hepatite C.
– Prurido: Conhecido também por coceira ou comichão, corresponde a uma sensação desagradável causada por doenças ou agentes irritantes, que levam o indivíduo a cocar-se em procura de alívio, e constitui uma das queixas mais comuns na dermatologia. Infectados com hepatite com bilirrubinas elevadas, com os fatores anti-histamínicos alterados (eles são produzidos no fígado) ou elevado dano hepático podem apresentar quadros de prurido.
– Psoríase: Doença autoimune inflamatória da pele. É uma doença crônica, caracterizada por manchas vermelhas na pele, mostrando uma grande variedade na severidade e na distribuição das lesões cutâneas.
– Porfiria cutânea tardia: A porfiria cutânea tardia, a forma mais frequente de porfiria, provoca bolhas na pele exposta ao sol. Esta perturbação, uma porfiria hepática, produz-se quando a descarboxilase do uroporfirinogénio, uma das enzimas de que o fígado necessita para a síntese do heme, se inativa. Os fatores que contribuem para o seu aparecimento são o ferro, o álcool, os estrogénios e a infecção provocada pelo vírus da hepatite C.
– Líquen Plano: Doença inflamatória que atinge a pele, mucosas visíveis, unhas e cabelos. É uma doença benigna, porém de longa duração e muito incômoda devidos aos sintomas.
2 – Manifestações reumatológicas:
– Artralgia: A artralgia ou dor nas articulações acomete aproximadamente 50% dos infectados com hepatite C crônica e crioglobulinemia. Em geral não gera inflamação. Caso seja inflamatória passa a ser chamada de artrite. Normalmente o tratamento paliativo é feito com analgésicos.
– Fibromialgia: Fibromialgia refere-se a uma condição dolorosa generalizada e crônica que se manifesta especialmente nos tendões e nas articulações. É considerada uma síndrome porque engloba uma série de manifestações clínicas como dor, fadiga, indisposição, distúrbios do sono, etc..
3 – Manifestações neurológicas:
– Neuropatia periférica: A neuropatia periférica é aquela sensação comum que ocorre quando sua perna parece que “dorme“. Os sintomas comuns da neuropatia periférica incluem: paralisia, sensação de formigamento ou pontada, dor, cãibras, extrema sensibilidade ao toque, sensação de queimação, fraqueza e perda dos reflexos, etc..
4 – Outras manifestações extra-hepáticas:
– Síndrome de Sjögren: Destrói as glândulas que produzem lágrimas e saliva, causando boca e olhos secos. A Síndrome de Sjögren pode afetar várias partes do corpo, inclusive os rins e os pulmões.
– Uveíte: Uveíte é uma doença em geral grave para o olho causando inflamação intra-ocular comprometendo total ou parcialmente a íris, o corpo ciliar e a coróide (o conjunto dos três forma a úvea).
– Tireoidite: A tireoidite é um conjunto de doenças inflamatórias que afetam a glândula tireóide. Em alguns casos, o paciente sente dores, mas em outros são os sintomas básicos do hipertireoidismo ou do hipotireoidismo. Sentir cansaço, intolerância ao frio e sonolência durante meses pode ser sinal de hipotireoidismo. Procure um médico para avaliação.
– Resistência à insulina / diabetes tipo 2: É a condição em que a quantidade normal de insulina é insuficiente para produzir uma resposta normal de insulina a partir de músculo, gordura e células do fígado. Resistência à insulina é quando nosso corpo não consegue usar a própria insulina apropriadamente. O tratamento primário para a resistência à insulina é exercício e perda de peso. Procure um médico para avaliação.
Carlos Varaldo
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