Testes para avaliar a fibrose

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Existem muitas pesquisas e estudos de testes e exames de sangue que tentam avaliar com diferentes graus de eficácia a fibrose no fígado, todos eles procurando encontrar formulas que possam na maioria dos casos evitar a realização da biopsia de fígado. Com tantos estudos e pesquisas em andamento em pouco tempo deveremos ter disponíveis formas não invasivas para calcular a fibrose sem necessidade de realização de uma biopsia de fígado.

Vamos então realizar uma rápida explicação de cada um deles.

MARCADORES INDIRETOS:

– Transaminase AST (TGO), transaminase ALT (TGP), contagem de plaquetas e Tempo de Protombina. São resultados imprecisos e quando anormais muitas vezes indicam um quadro de descompensação hepática.

– Albumina, Tempo de Protombina, alfa-2 macroglobulina e plaquetas podem apresentar resultados anormais, sem relação com a fibrose.

Mas a combinação dos resultados, apesar de indiretos, quando avaliados por um profissional experiente no seu conjunto podem ser uteis na conduta diagnostica.

– Índice APRI – É uma formula que utiliza o resultado da transaminase AST (TGO) e a contagem de plaquetas. Se o resultado for inferior a 0,5 indica a não existência de fibrose, se o resultado for superior a 2 indica fibrose elevada ou cirrose.

– FibroTest (FibroSURE®) – Calcula por meio de uma formula utilizando alfa-2-macroglobulina, haptoglobina , apolipoproteína A-1 , bilirrubina total, e os resultados das transaminases GGT e ALT (TGO). O resultado é apresentado pela escalas METAVIR e Ishak para cirrose.

– FibroIndex – Utiliza no calculo a contagem de plaquetas, a transaminase AST (TGO) e o exame de gamaglobulina. É menos preciso que o FibroTest.

– ActiTest – acrescenta no calculo o resultado da transaminase ALT (TGO) no calculo pelo FibroTest.

– FIB4 – Calcula em função da idade do paciente, a transaminase AST (TGO), contagem de plaquetas e a transaminase ALT (TGP).

– FibroSpect – Utiliza no calculo os resultados da alfa-2 macroglobulina, ácido hialurónico e TMP-1. (ainda em estudos de avaliação).

– Índice Forns – Calcula em função da idade, contagem de plaquetas, transaminase ALT (TGO) e colesterol.

– Hepascore – Usa a idade, o sexo, a bilirrubina, GGT, alfa-2 macroglobulina, ácido hialurónico. Se o resultado for menor de 0.5 indica fibrose avançada, se o resultado for superior a 0,84 exclui fibrose. Em comparações realizadas apresentou menor sensibilidade do que FibroSURE® ou Fibrometer.

– Calculo da fibrose na doença hepática gordurosa não alcoólica – Utiliza no calculo a idade, se a pessoa tem diabetes tipo 2, o índice de massa corporal (IMC), a relação entre as transaminases AST e ALT, a contagem de plaquetas e o nível de albumina.

HISTOLOGIA

– Biopsia do Fígado – Continua a ser importante nos casos de duvida diagnostica quando a presença de distúrbios coexistentes, como na coinfecção HIV/HCV, a cirrose biliar primaria e a hepatite auto-imune, ou quando o médico considerar uma necessidade absoluta para o diagnostico correto. Continua sendo o “padrão ouro” para o diagnostico correto da fibrose.

Para uma correta avaliação pelo patologista a amostra deve ter no mínimo 1,5 cm de comprimento e conter 5 espaços porta. Lamentavelmente é um método invasivo, causa dor no paciente, pode ter erros na obtenção da amostra, consegue identificar a doença hepática em no máximo 75% das amostras, pode ocasionar a morte em 1 de cada 10.000 biopsias.

OUTROS MÉTODOS

– Ultra-som – Pode ajudar em alguns casos a diagnosticar esteatose.

– FibroSscan (Elastografia) – Mediante uma vibração de baixa frequência mede a elasticidade ou dureza do fígado. Método não invasivo. Já avaliada em pacientes com hepatites B e C. Até em 20% dos pacientes a sua utilização, por diversas causa, é limitada.

– Ressonância Magnética – O mesmo principio do FibroScan.

Carlos Varaldo
www.hepato.com
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