Diversos estudos observaram que a vitamina D possui efeito imunomodulador, anti-inflamatório e propriedades anti-fibróticas.
Um estudo (*1) coloca que em pacientes com hepatite C diversos estudos demonstram que baixos níveis de vitamina D estão associados a maior fibrose, mas é necessário considerar que existem estudos que não conseguiram comprovar essa relação. A deficiência de vitamina D também pode contribuir para aumentar a resistência a insulina e a diabetes.
O objetivo do estudo foi analisar a relação entre os níveis de vitamina D e os graus de fibrose em indivíduos infectados com hepatite C, considerando o índice de massa corporal, circunferência da cintura, nível de glicemia, nível de insulina, HOMA-R, triglicerídeos, HDL-Colesterol e a pressão arterial.
Em 122 pacientes foi encontrado que 86 pacientes apresentavam insuficiência de vitamina D (menos de 30 ng/ml) e entre eles 65 apresentavam deficiência (menos de 20 ng/ml).
Concluem os autores que a insuficiência de vitamina D foi encontrada em 70% dos pacientes estudados.
Considerando que a deficiência de vitamina D é uma pandemia, pesquisadores de um segundo estudo (*2) teve como objetivo avaliar a vitamina D pelo nível de 25-hidroxivitamina D em infectados com hepatite C, infectados com HIV e em co-infectados HIV/HCV com os fatores metabólicos associados a deficiência da vitamina D.
Dos 300 pacientes incluídos na analise 129 estavam infectados com hepatite C, 118 estavam infectadas com HIV e 53 eram de co-infectados HIV/HCV.
Nos três grupos foram encontrados baixos níveis de vitamina D, em especial entre os pacientes infectados pelo HIV.
Na analise dos dados níveis de vitamina D abaixo de 20 ng/ml foi associada a presencia de resistência a insulina e triglicerídeos acima de 150 mg/dl.
Concluem os autores que o estudo mostrou alta taxa de deficiência de vitamina D em todos os grupos e que a associação entre resistência a insulina e deficiência de vitamina D tem sido demonstrada.
Um terceiro estudo (*3) avaliou o nível de vitamina D (25-hidroxivitamina D) e a relação com a possibilidade de cura ao realizar o tratamento antiviral.
Em 237 infectados com hepatite C o valor médio encontrado ao realizar o teste 25-hidroxivitamina D para avaliar a vitamina D foi de 26,2 ng/ml. A deficiência de vitamina D no organismo, considerada quando menor de 30 ng/ml foi encontrada em 66,2% dos infectados.
Desses pacientes 133 receberam tratamento com interferon e ribavirina e 44,3% obtiveram a cura.
A maioria dos que obtiveram a cura (55,9%) apresentava níveis de vitamina D acima dos 30 ng/ml.
Concluem os autores que uma alta taxa de deficiência de vitamina D foi encontrada entre os brasileiros infectados com hepatite C.
Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base as seguintes fontes:
– (*1) – RELATIONSHIP BETWEEN SERUM VITAMIN D LEVELS AND HEPATIC FIBROSIS IN PATIENTS WITH CHRONIC HEPATITIS C – G. Gualano 1, P. Rodriguez 2, R. Isla 3, E. Alvarez 4, G. Ruffillo 1, E. Moratto 2, C. Lagües 4, N. Domínguez 1, G. Landeira 1, E. Fassio 1.
1. Sección Hepatología, 2 Sección Endocrinología del Laboratorio Central, 4 Servicio de Anatomía Patológica, Hospital Nacional Prof. A. Posadas, El Palomar, Buenos Aires, Argentina.
2. Sección Hepatología, Hospital General de Agudos Dr P. Piñero, Buenos Aires, Argentina. – ALEH 2014
– (*2) – INSULIN RESISTANCE AND HYPERTRIGLYCERIDEMIA ARE ASSOCIATED WITH VITAMIN DIDEFICIENCY IN HCV, HIV AND HIV/HCV COINFECTED PATIENTS – Mário Guimaräes Pessôa 1, Mario Peribañez Gonzalez2, Giselle Burlamaqui Klautau2, Maria Cassia Mendes Corrêa3, Luciano Giacaglia4, Roberta Schiavon Nogueira5, Daniel Ferraz de Campos Mazo1, Flair Carrilho1
1Division Of Gastroenterology And Hepatology-University Of São Paulo School Of Medicine
2Outpatients Clinic of Instituto de Infectologia Emílio Ribas
3Department of Infectious Diseases-University of São Paulo School of Medicine
4Endocrinology Unit- University of São Paulo School of Medicine
5AIDS and STD’s Reference Center of São Paulo Stat e- ALEH 2014
– (*3) – VITAMIN D DEFICIENCY IS RELATED TO DEMOGRAPHIC AND LABORATORY FINDINGS AMONG CHRONIC HEPATITIS C VIRUS PATIENTS – Livia Melo Villar1, Elisabeth Lampe1, Adilson José de Almeida1, Lia Laura Lewis-Ximenez1, Juliana Custódio Miguel1, Leticia de Paula Scalioni1, Gabriela Cardoso Caldas1, Nathalia Delvaux1, José Antonio Del Campo2, Isidora Ranchal2, Cristiane Alves Villela-Nogueira3 , Manuel Romero Gomez2.
1Viral Hepatitis Laboratory, FIOCRUZ, Rio de Janeiro, Brazil,
2Unit for the Clinical Management of Digestive Diseases and CIBERehd, Hospital Universitario de Valme, Seville, Spain,
3Hepatology Unit, Clementino and Fraga Filho Hospital, Federal University of Rio de Janeiro, UFRJ, Rio de Janeiro, Brazil – – ALEH 2014
Carlos Varaldo
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