”4th Latin American Meeting on Treatment of Hepatitis and HIV Co-infection” – Dia 1 – Hepatite B

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1 – Estado da Arte na Hepatite B (Maria Buti – Espanha)

– A hepatite B é mais difícil de tratar que a hepatite C.

– O objetivo do tratamento é baixar a carga viral e conseguir níveis normais da transaminase ALT.

– Um dos principais objetivos do tratamento da hepatite B é reduzir a possibilidade do aparecimento do câncer no fígado.

– Em indivíduos imunotolerantes (que não reagem a determinado antígeno com a produção do anticorpo correspondente) deve se acompanhar o paciente. Em cinco anos raramente se observa a progressão da doença no fígado, mas a cada seis meses o paciente deve comparecer a uma consulta.

NOVIDADE: Tratamento combinado com dois medicamentos, tenofovir e Truvada® (3 em 1). Em quatro anos é observada a supressão viral em 76% dos tratados.

– Em pacientes com cirrose o tratamento é recomendado quando a transaminase ALT se encontra elevada e a carga viral acima de 2.000 UI/ML.

– Todos os pacientes com cirrose devem ser tratados e nos cirróticos não pode ser utilizado o interferon peguilado.

– O tratamento de pacientes “e” positivos quando empregado interferon peguilado durante 1 ano consegue eliminar o vírus da hepatite B em 30% dos pacientes.

– O tratamento com interferon peguilado é o único tratamento da hepatite B com um prazo definido de duração.

– O tratamento da hepatite B com medicamentos orais é a longo prazo, existe uma possibilidade de se conseguir a supressão viral após 5 ou 7 anos de tratamento, os medicamentos entecavir e tenofovir não apresentam resistência viral, mas não conseguem obter a perda do HBeAg.

Quando parar o tratamento ao se utilizar medicamentos orais? Em pacientes HBeAg positivos quando a carga viral se encontra negativa, existe a perda do HBsAg e aparece positivo o ANTI-HBs. Mas o paciente deve ser acompanhado a cada seis meses.

2 – Atualizações do apresentado no CROI/APASL (Rafael Esteban – Espanha)

– A hepatite C é controlável na sua progressão, mas difícil de curar.

– Atualmente é possível prevenir a infecção, seja com vacinação, educação ou cuidados em geral.

– É de fundamental importância vacinar todas as crianças no mesmo dia do nascimento, sendo essa uma das formas mais eficazes de eliminar a hepatite B em duas gerações.

– O maior problema enfrentado pela saúde pública é o grande número de infectados ainda não diagnosticados.

– O tratamento com tenofovir de pacientes “e” negativos consegue em oito anos que 58% se encontrem indetectáveis na carga viral e não foi observada nenhuma resistência viral durante o tratamento.

Mas somente 12,9% desses pacientes tratados com tenofovir conseguem a perda do HBs-Ag.

3 – O que há de novo na América Latina? (David Kershenobich Stalnikowitz – México)

– Na hepatite B existem diversos genótipos.

– Existem oito diferentes genótipos. A, B, C, D, E, F, G e H.

– Na América Latina cada região geográfica apresenta a prevalência de um determinado genótipo.

– Cada genótipo progride mais aceleradamente ou devagar que os outros.

– Cada genótipo apresenta maiores ou menores possibilidades de sucesso com o tratamento.

Alerta: Cuidado ao se interpretar os resultados de uma pesquisa ou ensaio clínico. É importante saber qual era o genótipo prevalente na população incluída, pois o resultado não pode ser aplicado a outros genótipos.

4 – Consensos de tratamento na América Latina (Lucy Dagher – Venezuela)

– Foi feita a comparação dos diversos consensos de tratamento, alguns similares ao Consenso Europeu e outros seguindo o consenso dos Estados Unidos.

– Estudos mostram que a faixa etária com maior prevalência da hepatite B na América Latina está concentrada em indivíduos entre 20 e 40 anos.

5 – O futuro na hepatite B (Maria Buti – Espanha)

– Existem pesquisas de novos medicamentos que tentam inibir a entrada do vírus nas células, como forma de eliminar a replicação dos vírus no organismo.

– Outras pesquisas são de medicamentos que atacam o “cccDNA” (é a estrutura DNA do vírus) ativando a modulação imune.

– Também estão em estudos medicamentos inibidores da polimerase.

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Participação no “4th Latin American Meeting on Treatment of Hepatitis and HIV Co-infection”

Carlos Varaldo
www.hepato.com
hepato@hepato.com


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