Interessante analise publicada no “Journal of Viral Hepatitis” sobre a melhor cura possível da hepatite C considerando o infectado individual e os sistemas de saúde dos países.
Os autores fazem um jogo de palavras colocando que o “o objetivo final para a sociedade como um todo é obter o que é melhor para cada indivíduo, isto é, a melhor cura possível individual ou, a melhor cura possível para todos os infectados. Este pressuposto básico é essencial, mesmo que muitas vezes leva a um conflito com os desejos e as aspirações das pessoas, especialmente porque o acesso imediato a informações sobre tratamentos novos e potencialmente eficazes está disponível para qualquer um.”
Os novos tratamentos são, sem dúvida, mais eficazes do que os a base de interferon, e o único obstáculo para uma distribuição generalizada sustentável é o seu custo extremamente elevado.
Embora qualquer pessoa tenha o direito de obter o melhor benefício possível da assistência médica, o estado tem que encontrar um equilíbrio entre a concessão do benefício pessoal ideal para cada indivíduo e as necessidades da sociedade como um todo.
Os sistemas de saúde em todos os países estão enfrentando um problema enorme de justiça distributiva. Como cada país poderá garantir os direitos individuais, entre os quais o direito à saúde em seu sentido mais amplo, incluindo o bem-estar físico, psicológico e social (portanto, não se limitando a cura, mas se estende também a qualidade de vida) e, ao mesmo tempo conceder igualdade de acesso aos recursos de saúde mantendo o sistema de distribuição de medicamentos sustentável?
A nova geração de medicamentos orais livres de interferon para tratar a hepatite C traz grandes promessas para os pacientes, no entanto, na maioria dos países os preços excessivamente elevados dificultam seu uso nos programas de tratamento do sistema público de saúde. Situação semelhante aconteceu no inicio da epidemia de HIV / AIDS.
O custo dos novos medicamentos para tratamento da hepatite C faz com que a nível global muito menos pacientes do que é necessário estejam sendo tratados e, pior ainda, nenhum beneficio para a saúde pública está sendo alcançado em alguns países.
MEU COMENTÁRIO
112 países já dispõem de genéricos para os novos medicamentos orais livres de interferon para o tratamento da hepatite C. No resto do mundo nas compras dos governos de medicamentos originais para tratamento se observam diferenças de preços de até 90% entre os diferentes países.
Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
HCV: the best cure possible or the best possible cure? – Craxì L, Cammà C, Craxì A. – J Viral Hepat. 2015; 22 (8): 627-629.
Carlos Varaldo
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