Meu nome é Liliana, sou Argentina e vivo ali, tenho 57 anos e sou Licenciada em Sistemas. Quando tinha 47 anos, e logo depois de anos suportando um excessivo cansaço com um diagnóstico de stress, que associavam a minhas 10 a 12 horas de trabalho, decidi me fazer uma bateria de estudos que deram por resultado a presença em meu sangue de hepatite A, B e C.
A hepatite A tinha passado sem mais, (embora nunca soubesse), a B tinha sido curada por meu próprio corpo (mas apresentava anticorpos) e a C estava aí firme e muito vivinha. Acredito que foi um dos piores dias de minha vida, porque o primeiro que pensei foi em meu marido e meu filho…. Acaso eles estariam contaminados?…. e eu de onde a teria tomado? E agora, o que aconteceria????? Milhares e milhares de perguntas e muitas poucas respostas.
Tratando de averiguar o que podia, inteirei-me que era uma doença estigmatizada, que quase todos a relacionavam com a AIDS e que se relacionava com uma conduta considerada promíscua.
Procurei o hepatologista que correspondia a meu seguro médico e sem mais informação decidi fazer o tto. Meu “C” era genótipo 2a, 2c, a carga viral nunca foi contada e a condição que coloquei foi NÃO fazer a biópsia de fígado (único método na Argentina para conhecer o estado do fígado) O médico aceitou não de muito bom grau, mas acreditou que é válido que alguém se entregue até onde sabe que pode chegar
Nesses momentos eu trabalhava e muito em uma empresa multinacional que tomou bastante mal o tema, motivo pelo qual 4 anos depois terminei saindo e então em Agosto do 2005, comecei com meu primeiro Interferon Alfa 2b – peguilado + Ribavirina.
Aplicava as quartas-feiras e tomava 4 cápsulas por dia.
Devido a minhas outras patologias (tenho EPOC) Enfermidade Pulmonar Obstrutiva Crônica, o tratamento me pegou muito forte, mas segui adiante, com dúvidas, com choro, com sofrimento, mas com o apoio de minha família e de todos os participantes do Foro de Hepatite da Argentina (pilar fundamental para terminar meu tto.).
Foram meses de muito mau humor, confusão, isolamento, angústias repentinas e muita debilidade, cada injeção me tirava mais o fôlego e a claridade de meus pensamentos, mas também, pensava, que aniquilava maior quantidade de vírus Na sexta semana estava negativa. Completei os 6 meses, com anemia, espasmos bronquiais e uma pneumonia, meu PCR seguiu dando negativa, as transaminases baixaram estrepitosamente e se colocaram em valores normais que graças a Deus conservo até hoje.
Demorei quase dois anos em tornar a estar bem, custou-me a deterioração dos músculos e uma pequena depressão causada pelo medicamento.
Após 5 anos sigo negativa, não me cuido nas comidas, só no álcool.
Tivesse-me gostado de saber por sobre tudo, onde peguei a doença, aos 17 anos fui transfundida por uma operação maior de pulmão devido a um tumor. Nesse então o sangue não se testava e se estima que foi nesse momento. De ser assim, não contagiei a nenhum de meus dois maridos, nem a meu filho, o qual tive a meus 32 anos.
Também tive em seguida do nascimento de meu filho, duas raspagens por abortos espontâneos, e possivelmente tenha sido nesse momento. Nunca consumi drogas nem me fiz tatuagens, mas claro fui ao dentista.
Não o sei.
Carlos Varaldo
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