Primeiro informe da OPAS sobre hepatite no continente americano

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13 de janeiro de 2017 – O primeiro relatório da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) sobre as hepatites virais revela a enorme escala dessa epidemia silenciosa no continente americano e advoga por uma resposta organizada nos países da região com o objetivo de prevenir, detectar e tratar as pessoas que necessitam de cuidado.

O novo relatório “Las hepatitis B y C bajo la lupa. La respuesta de salud pública en la Región de las Américas 2016” estima que cerca de 2,8 milhões de pessoas apresentam infecção crônica pelo vírus da hepatite B e cerca de 7,2 milhões pela hepatite C.

Dessas, 3 em cada 4 desconhecem que têm a infecção, o que pode levar a cirrose, câncer de fígado e até a morte se não for tratada a tempo.

“A hepatite é uma epidemia silenciosa, porque as pessoas que sofrem dela não apresentam sintomas até que haja danos ao fígado”, Massimo Ghidinelli, chefe da unidade de HIV, Hepatite, Tuberculose e Infecções Sexualmente Transmissíveis da OPAS/OMS. “Com este informe, começamos a tornar visível a situação da doença na região e aportamos uma ferramenta para que os países possam tomar decisões informadas que orientem suas políticas nesse tema, sobretudo hoje que existem intervenções para a prevenção da hepatite B e a cura da hepatite C”, disse Ghidinelli.

Estima-se que as hepatites B e C são responsáveis por cerca de 125 mil mortes por ano, mais do que a tuberculose e a infecção por HIV. O relatório mostra que das 7,2 milhões de pessoas que vivem com hepatite C crônica na região, apenas 300 mil recebem tratamento, ou seja, 4%. Além disso, estima-se que a cada ano, cerca de 65 mil pessoas são infectadas com o vírus da hepatite C. Embora novos tratamentos disponíveis tenham o potencial de curar cerca de 90% das pessoas infectadas com hepatite C e reduzir o risco de morte por câncer de fígado ou cirrose, ainda não são acessíveis a todos, por conta do alto custo, e apenas 19 países o financiam, aponta o relatório.

A hepatite B pode ser transmitida de mãe para filho no momento do parto, entre outras vias. Mas a vacinação de todos os recém-nascidos pode prevenir a infecção em 95% dos casos, além de proteger as gerações futuras dessa infecção durante toda a sua vida. De acordo com o relatório da OPAS, todos os países da região vacinam crianças menores de um ano contra a hepatite B. Mas 31% não o fazem nas primeiras 24 horas após o nascimento – em desconformidade com o que recomenda a OMS.

O relatório também revela que, em 2014, 15 países da região realizaram aproximadamente 18.100 transplantes de fígado. No entanto, a maioria deles, 82%, foi realizada nos Estados Unidos.

Em 2015, os ministros da saúde das Américas acordaram uma série de medidas para prevenir e controlar a infecção por hepatites virais incluídas no Plano Regional da OPAS para as Hepatites Virais 2015-2019, com destaque para a hepatite B e C. O mundo busca acabar com as hepatites como um problema de saúde pública até 2030. Entre outras ações, o Plano propõe que os países formulem planos nacionais, ampliem a vacinação contra a hepatite B a todas as crianças menores de um ano e a grupos populacionais de alto risco e vulneráveis; realizem campanhas de informação e busquem opções para ampliar o acesso aos medicamentos.

O informe completo é encontrado em http://iris.paho.org/xmlui/bitstream/handle/123456789/31447/9789275319291-spa.pdf?sequence=5&isAllowed=y

MEU COMENTÁRIO

Com o informe da OPAS, pacientes, sociedades médicas e associações de pacientes poderão recorrer as autoridades de saúde dos países para exigir que ações e planos sejam estabelecidos, com metas quantificáveis, para enfrentar as epidemias das hepatites B e C e, se não atendidos denunciar perante o Ministério Público e os médios do país.

 

Agora depende da mobilização, de levantar da cadeira, sair do comodismo e anonimato e gritar forte e em bom som. Quem não chora não mama!

 

Carlos Varaldo
www.hepato.com
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