Meu triste comentário do EASL 2017

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Com um número bem menor de participantes, entre 6.000 e 7.000, um 40% menos, quando em outros anos o número já foi superior aos 10.000 participantes. Fica a pergunta: O que está acontecendo?

Na minha interpretação ao olhar a lista de participantes por país observo que aqueles países que passaram a trabalhar com medicamentos genéricos praticamente não enviaram profissionais de saúde para serem capacitados nas últimas e melhores formas de cuidar dos infectados, um grave e inquietante problema para os pacientes desses países, pois ficarão cientificamente parados no tempo e sendo tratados por anos com aquilo que existe hoje e nada de novo será incorporado. Os que não respondam ao tratamento ou os que desenvolvam resistência viral não terão opções de novos tratamentos.

É mais que comprovado que fabricantes de genéricos não gastam dinheiro com pesquisas, inovação, ensaios clínicos, educação dos médicos e dos pacientes, capacitação de profissionais da saúde, marketing, visitadores médicos, congressos, publicações científicas, enfim, não gastam absolutamente em nada, tendo como único interesse copiar um medicamento e assim conseguir o maior lucro possível. Pobres os pacientes dos países que decidiram pelos genéricos!

Dos países de língua portuguesa e espanhola compareceram al EASL em Amsterdã:

– Argentina – 43 participantes.
– Brasil – 69 participantes. (Lembro que em alguns anos eram 250)
– Chile – 7 participantes.
– Colômbia – 4 participantes.
– Espanha – 245 participantes.
– México – 25 participantes.
– Panamá – 1 participante.
– Paraguai – 1 participante.
– Peru – 5 participantes.
– Portugal – 75 participantes.
– Puerto Rico – 3 participantes.
– República Dominicana – 1 participante.
– Uruguai – 9 participantes.
– Venezuela – 2 participantes,

Com menor número de participantes, por culpa dos genéricos, aconteceu menos discussão científica, menos trocas de experiências e consequentemente sentiremos nos próximos anos um menor interesse das indústrias farmacêuticas em colocar dinheiro na pesquisa de novas drogas. Todos vamos perder, a ciência, os médicos e os pacientes.

Lamentável.

Área de Expositores

Neste ano a área de expositores contou com 55 stands da indústria farmacêutica, fabricantes de equipamentos, diagnósticos e editoras cientificas, além de 9 sociedades médicas e duas associações de pacientes, ELPA, representando 26 países da Europa e, a nossa World Hepatitis Alliance.

Carlos Varaldo
www.hepato.com
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