Publicado no “Journal of Hepatology” o estudo inclui 62.354 infectados com hepatite C tratados entre janeiro de 1999 e dezembro de 2015 no sistema de saúde dos veteranos de guerra dos Estados Unidos.
Desses 35.871 receberam tratamento com interferon, 4.535 tratados com a combinação de interferon e os novos medicamentos orais e 21.948 tratados com os novos medicamentos orais livres de interferon. Todos foram seguidos em acompanhamento até junho de 2016 para identificar casos nos quais apareceu o desenvolvimento de câncer no fígado.
Foram encontrados 3.271 casos de aparecimento de câncer no fígado diagnosticados pelo menos 180 dias após o início do tratamento da hepatite C e durante um seguimento médio de 6,1 anos dos pacientes.
Os resultados mostram que:
– Entre os pacientes com cirrose que não obtiveram a cura da hepatite C o aparecimento do câncer no fígado atingiu 3,25% dos infectados.
– Entre os pacientes com cirrose que obtiveram a cura da hepatite C o aparecimento do câncer no fígado atingiu 1,97% dos infectados.
– Entre os pacientes sem cirrose que não obtiveram a cura da hepatite C o aparecimento do câncer no fígado atingiu 0,87% dos infectados.
– Entre os pacientes sem cirrose que obtiveram a cura da hepatite C o aparecimento do câncer no fígado atingiu somente 0,24% dos infectados.
Na análise multivariada a cura da hepatite C foi associada a um risco significativamente reduzido de desenvolvimento de câncer no fígado, independentemente de o tratamento ser realizado utilizando interferon ou os novos medicamentos orais livres de interferon.
Concluem os autores que a cura da hepatite C em pacientes tratados com os novos medicamentos orais livres de interferon está associada a uma redução de 71% no risco de desenvolver câncer no fígado. O tratamento utilizando os novos medicamentos orais livres de interferon não está associado ao aumento do risco de câncer no fígado em comparação com o tratamento com interferon.
MEU COMENTÁRIO
O resultado mostra que pacientes com cirrose, curados ou não da hepatite C, devem a cada seis meses passar por uma consulta médica para realização de exames e de uma ultrassonografia para diagnosticar na fase inicial o aparecimento de câncer no fígado, já que a possibilidade de pacientes com cirrose chegarem ao câncer pode ser de até 3,25% deles.
É mais que evidente os benefícios que a cura da hepatite C proporciona ao paciente, especialmente para evitar um provável câncer no fígado, câncer esse de difícil controle e tratamento.
Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
HCV eradication induced by direct-acting antiviral agents reduces the risk of hepatocellular carcinoma – George N. Ioannou BMBCh MS, Pamela K. Green PhD, Kristin Berry PhD – Journal of Hepatology, 2017 Sep 5. pii: S0168-8278(17)32273-0. doi: 10.1016/j.jhep.2017.08.030
Carlos Varaldo
www.hepato.com
hepato@hepato.com
IMPORTANTE: Os artigos se encontram em ordem cronológica. O avanço do conhecimento nas pesquisas pode tornar obsoleta qualquer colocação em poucos meses. Encontrando colocações diversas que possam ser consideradas controversas sempre considerar a informação mais atual, com data de publicação mais recente.
Carlos Varaldo e o Grupo Otimismo declaram não possuir conflitos de interesse com eventuais patrocinadores das diversas atividades.
Aviso legal: As informações deste texto são meramente informativas e não podem ser consideradas nem utilizadas como indicação medica.
É permitida a utilização das informações contidas nesta mensagem desde que citada a fonte: WWW.HEPATO.COM
O Grupo Otimismo é afiliado da AIGA – ALIANÇA INDEPENDENTE DOS GRUPOS DE APOIO