Um estudo realizado nos Estados Unidos mostra que entre 2014 e 2020 aproximadamente 1,5 milhões de americanos serão tratados no país e, se tratados com os medicamentos atualmente em uso, 124.000 (8,3%) não resultarão curados.
O estudo utilizou um modelo matemático para simular o enfrentamento da hepatite C nos Estados Unidos, considerando diagnostico de novos infectados, tratamento e progressão da doença, simulando diferentes ondas de tratamento e usando dados do mundo real para extrair as possibilidades de pacientes curados. O estudo por ser baseado em modelagem tem algumas limitações, a análise incluiu apenas pessoas não-institucionalizadas infectadas com hepatite C, conforme estimado pelos estudos da NHANES. Portanto, os resultados provavelmente subestimaram o número de pacientes infectados.
O estudo mostra que o número de curados da hepatite C nos Estados Unidos, de 700.000 em 2014, aumentaria para 1,78 milhões até 2020. Assim, entre 2014 e 2020 1,5 milhões receberiam tratamento.
Dos estimados 124.000 (8,3%) que não resultariam curados, ressalvando que isto acontecerá se continuam a serem utilizados os medicamentos em uso em 2014, o que, portanto, o cálculo não inclui os novos medicamentos de terceira geração aprovados, como Vosevi®, Zepatier® e Mavyret®, portanto, esse percentual de 8,3% de pacientes que não conseguem a cura será menor.
O estudo prevê que entre essas falhas de tratamento 66.600 (53,7%) dos pacientes não conseguirão a cura a tratamentos com inibidores de MS5A e 69.600 (56,1%) por causa de serem pacientes com cirrose avançada. Durante o mesmo período é estimado que 34.200 pacientes progredirão para a cirrose descompensada e 27.300 desenvolverão câncer de fígado após não conseguir a cura da hepatite C.
Concluem os autores que mesmo na era dos medicamentos de ação direta (livres de interferon e de uso oral) um número significativo de pacientes não conseguirão a cura da hepatite C e exigirá opções de retratamento.
MEUS COMENTÁRIOS:
Os medicamentos que na sua formulação contem inibidores de MS5A são o Ledipasvir®, o Daclatasvir® e o Viekira Pack® que contem Ombitasvir.
Já no ano passado o FDA dos Estados Unidos aprovou o primeiro medicamento para retratamento de não respondedores aos medicamentos de ação direta (livres de interferon e de uso oral), o Vosevi®, do qual falaremos semana próxima.
Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte: Hepatitis C virus re-treatment in the era of direct-acting antivirals: projections in the USA – J. Chhatwal, Q. Chen, T. Ayer, E. D. Bethea, F. Kanwal, K. V. Kowdley, X. Wang, M. S. Roberts, S. C. Gordon – Alimentary Pharmacology and Therapeutics – 10.1111/apt.14527
Carlos Varaldo
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