Uma boa notícia!
O risco de eventos clínicos relacionados ao fígado em pacientes infectados com hepatite C está relacionado ao grau de fibrose. Pacientes com fibrose F0 ou F1 apresentam menor probabilidade que aqueles com fibrose F3 avançada ou F4 (cirrose).
Estudos mostram que infectados curados da hepatite C com os medicamentos orais livres de interferon que tinham fibrose F0 e F1 seguidos durante 144 semanas são mínimos os problemas causados pelo fígado e não existem relatos de câncer de fígado nesses pacientes.
Um estudo apresentado no EASL 2018 acompanhou 1.490 pacientes curados da hepatite C com os medicamentos orais livres de interferon que apresentavam fibrose F2 e 858 com fibrose F2, desses 714 com fibrose F2 e 392 com fibrose F3 foram acompanhados durante 144 semanas (quase três anos).
Foi avaliada a icterícia, ascite, encefalopatia hepática, varizes e câncer de fígado e realizados exames de albumina, transaminases, plaquetas, protrombina, bilirrubina total e alfa-feto proteína (AFP).
Um paciente morreu, era uma mulher de 58 anos, era genótipo 3 e desenvolveú câncer de fígado, encontrado 259 dias após o final do tratamento. Apresentava 4 lesões de menos de 1 centímetro cada no estágio “C”. Falhou ao tratamento com sorafenibe e morreu três meses após o diagnóstico.
Concluem os autores que após 144 semanas da cura da hepatite C com os medicamentos orais livres de interferon, em pacientes com fibrose F2 e F3 os eventos relacionados ao fígado e a própria hepatite C são raros de acontecer. A morte foi rara, com apenas 1 morte relacionada ao fígado, a cura foi mantida em mais de 99% dos pacientes, havendo acontecido somente 1 recaída na semana 32 entre os 1.106 pacientes que completaram as 144 semanas.
Recomendam que pacientes com fibrose F3 a utilização de um único teste não invasivo para avaliar o comprometimento do fígado pode ser insuficiente.
MEU COMENTÁRIO
Os resultados mostram que infectados com hepatite C com fibrose F2 e F3 antes do tratamento, que atingem a cura utilizando os novos medicamentos orais livres de interferon apresentam baixas taxas de progressão da doença hepática.
Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal do autor, tomando como base a seguinte fonte:
Long-term Follow-up of Patients With Chronic HCV and F2–F3 Fibrosis After Achieving SVR With DAA-Based Therapy: Results From the Gilead SVR Registry – Stefan Zeuzem, Edward Gane, Ira M. Jacobson, Stuart C. Gordon, Mark Sulkowski, Brian McNabb, Frances Chen, Hadas Dvory-Sobol, John McNally, Diana M. Brainard, G. Mani Subramanian, Alnoor Ramji, Kosh Agarwal, K. Rajender Reddy, Marc Bourlière – EASL 2018 – Abstract FRI-366
Carlos Varaldo
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