O tratamento com antivirais de ação direta (medicamentos orais livres de interferon) está associado à um menor risco de mortalidade e menor possibilidade de desenvolver câncer de fígado e deve ser considerado por todos os indivíduos infectados com hepatite C.
Resultado do estudo “ANRS CO22 Hepather” realizado entre 6 de agosto de 2012 e 31 de dezembro de 2015 por pesquisadores franceses comparou a incidência de morte, câncer de fígado e cirrose descompensada entre infectados com hepatite C tratados com antivirais de ação direta e aqueles não tratados.
O estudo, prospectivo, foi realizado em pacientes adultos com infecção crônica da hepatite C recrutados em 32 centros especializados em hepatologia na França. Foram excluídos pacientes com hepatite B crônica, aqueles com história de cirrose descompensada, câncer de fígado ou transplante hepático e pacientes que foram tratados com interferon-ribavirina com ou sem inibidores da protease de primeira geração.
Os objetivos do estudo foram a incidência de mortalidade por todas as causas, câncer de fígado e cirrose descompensada. A associação entre antivirais de ação direta e esses desfechos foi quantificada usando modelos de riscos proporcionais de Cox dependentes do tempo. Este estudo está registrado com ClinicalTrials.gov número NCT01953458.
9.895 pacientes foram incluídos no estudo. O seguimento mediano foi de 33,4 meses. O tratamento com antivirais de ação direta foi iniciado durante o acompanhamento em 7.344 pacientes e, 2.551 pacientes permaneceram sem tratamento na última visita de acompanhamento.
Durante os 33,4 meses de acompanhamento 218 pacientes morreram, representando 1,75% entre os que receberam tratamento (129 pacientes) e 3,48% entre os que não receberam tratamento (89 pacientes).
Desenvolveram câncer de fígado 2,54% entre os que receberam tratamento (187 pacientes) e 2,78% entre os que não receberam tratamento (71 pacientes).
Desenvolveram cirrose descompensada 1,00% entre os que receberam tratamento (74 pacientes) e 1,25% entre os que não receberam tratamento (32 pacientes).
Após o ajuste para fatores individuais (idade, estadiamento da doença, presença de outras doenças, etc.), os pacientes tratados com antivirais de ação direta mostraram uma redução de 52% no risco de mortalidade e uma redução de 33% no risco de câncer de fígado em comparação com os não tratados com antivirais de ação direta.
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Fonte: Clinical outcomes in patients with chronic hepatitis C after direct-acting antiviral treatment: a prospective cohort study – Prof Fabrice Carrat, PhD, Hélène Fontaine, MD, Céline Dorival, PhD, Mélanie Simony, MS, Alpha Diallo, MD, Prof Christophe Hezode, MD et al. – The Lancet – https://doi.org/10.1016/S0140-6736(18)32111-1
Carlos Varaldo
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