O Dia Mundial de Combate a Hepatite acontece sempre em 28 de julho para informar e sensibilizar sobre as hepatites B e C, encorajando prevenção, diagnóstico e tratamento.
A data foi instituída em maio de 2010 pela Organização Mundial da Saúde para aumentar a conscientização sobre essa epidemia oculta por iniciativa da “World Hepatitis Alliance”* com apoio do governo brasileiro. Desde então, o Ministério da Saúde do Brasil, por meio da gerência de Hepatites Virais da Secretaria de Vigilância em Saúde, vem cumprindo uma série de metas e ações integradas de prevenção e controle nos diversos níveis de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) para o enfrentamento das hepatites virais no Brasil.
Todos os anos no mês de julho são realizadas ações de conscientização e diagnostico na maioria dos municípios, mas em 2020, em plena pandemia do COVID-19 é necessária muita prudência e respeito ao distanciamento social, motivo pelo qual atividades presencias dificilmente serão possíveis de realizar.
Em 2020 as ações serão virtuais, por redes sociais, jornais e TVs. A data não passará em branco, mas certamente o impacto na população será menor o que vai prejudicar o número de infectados diagnosticados.
As hepatites A e B podem ser evitadas com vacinas seguras e eficazes. Infelizmente, não há vacina para a hepatite C, portanto, o teste e o tratamento são as únicas opções atuais. A hepatite C tem cura, fácil e rápida, totalmente gratuita ´pelo SUS para todos os infectados.
Permaneceremos ativos e em 2021 voltaremos fortalecidos para recuperar este ano de 2020.
Divulgue as hepatites, você pode fazer sua parte e salvar muitas vidas.
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Como a pandemia afetou o diagnóstico e o tratamento de pacientes com hepatite C?
O ano de 2020 será um ano praticamente perdido no enfrentamento da hepatite C. Toda a atenção dos sistemas de saúde está direcionada para reduzir a pandemia de COVID-19 e nos cuidados aos infectados.
A meta de eliminar a hepatite viral em 2030 estabelecida pelo Ministério da Saúde do Brasil é um programa muito bem desenhado e até 2019 vinha cumprindo o cronograma estabelecido. No ano passado foram realizados mais de 48.000 tratamentos com os melhores medicamentos disponíveis no mundo.
Para 2020 a meta é de tratar 50.000 infectados, para tal foram adquiridos testes e medicamentos, mas o programa de eliminação teve que ser alterado devido a pandemia de COVID-19. No primeiro semestre do ano o número de pacientes tratados foi de somente 20% da meta estabelecida para o ano, chegando a pouco menos de 10.400 tratamentos.
Brasil ainda está na primeira onda da pandemia do COVID-19, o pico é esperado para o mês de agosto e, não se descarta que uma segunda onda possa acontecer nos últimos meses do ano, o que continuará prejudicando o diagnóstico e tratamento dos infectados com hepatite C. Continuando ao passo atual é provável que menos de 20.000 tratamentos sejam realizados, dos 50.000 previstos.
Isso levará a uma progressão tardia da doença hepática, ao aparecimento de cirrose descompensada, ao aumento do número de pacientes que precisam de um transplante de fígado e ao desenvolvimento de uma das mais temidas complicações da cirrose, o câncer de fígado.
Devemos recuperar imediatamente todos os programas de identificação de pacientes potencialmente infectados pela hepatite C, retomar os vários programas de micro eliminação e iniciar imediatamente o tratamento de pacientes infectados.
A eliminação da hepatite C no Brasil é possível, estamos excelentemente situados na corrida pela eliminação da hepatite C até 2030.
*– A “World Hepatitis Alliance” é uma organização não governamental que trabalha em colaboração com a OMS para coordenar o Dia Mundial da Hepatite nos países, da qual fui um dos fundadores e diretor, representando a América Latina.
Nosso vídeo de alerta no Dia Mundial da Hepatite pode ser visto em https://www.youtube.com/watch?v=Ztx9pq-4jlk
Carlos Varaldo
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