Melhoria da função cognitiva ao curar a hepatite C

2780

Diversos estudos sugerem deficiência cognitiva (capacidade de processar pensamentos) em percentual considerável de infectados com hepatite C, antes mesmo de chegar ao estagio da cirrose, provocando problemas na concentração, na falta de atenção, na memória, etc..

Estudo publicado na “Hepatology” realizado por pesquisadores da Alemanha e da Polônia pesquisaram se a cura da hepatite C com o sucesso do tratamento antiviral consegue também melhorar as funções cerebrais. Foram incluídos 158 infectados com hepatite C em estudo multicêntrico que receberam tratamento com interferon peguilado e ribavirina, os quais foram avaliados antes do tratamento e acompanhados no seu desempenho neurocognitivo em cinco fatores selecionados por um longo período após o final do tratamento.

Quando testados após 12 meses do fim do tratamento antiviral, os pacientes que obtiveram a cura da hepatite C apresentavam melhoras significantes em relação a seu desempenho mental em três dos itens avaliados, melhorando a memória, vigilância e atenção. Os pacientes não respondedores ao tratamento não mostravam significativas melhoras em nenhum dos cinco itens avaliados.

Concluem os autores que a erradicação do vírus da hepatite C resulta em melhoras cognitivas (mentais) causadas durante o período em que a doença estava presente, sendo por tanto condições reversíveis com a cura e deveria, por tanto, ser uma indicação de tratamento daqueles pacientes que apresentam problemas cognitivos, independente de qualquer que seja o dano hepático ou grau de fibrose.

MEU COMENTÁRIO

É evidente que a cura da hepatite C consegue muitos benefícios ao paciente, seja por passar a ter uma expectativa de vida maior, uma melhor qualidade de vida, a possibilidade de regenerar o dano causado ao fígado e, agora, até recuperando aqueles pequenos problemas mentais para os quais não encontrava explicação, como perda de memória, dificuldade de concentração, esquecimentos, falta de atenção ou dificuldade até para realizar uma operação matemática.

O tratamento pode ser complicado, com efeitos colaterais desagradáveis, mas colocando na balança os problemas e os benefícios obtidos com a cura, não fica a menor duvida que vale a pena tratar a hepatite C quanto antes, sem deixar piorar o quadro clínico do infectado.

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Improvement of neurocognitive function in responders to an antiviral therapy for chronic hepatitis C.Kraus MR, Schäfer A, Teuber G, Porst H, Paul K, Wollschläger S, Keicher C, Scheurlen M. – Hepatology. 2013 Jan 8. doi: 10.1002/hep.26229.

Carlos Varaldo
www.hepato.com
hepato@hepato.com


IMPORTANTE: Os artigos se encontram em ordem cronológica. O avanço do conhecimento nas pesquisas pode tornar obsoleta qualquer colocação em poucos meses. Encontrando colocações diversas que possam ser consideradas controversas sempre considerar a informação mais atual, com data de publicação mais recente.


Carlos Varaldo e o Grupo Otimismo declaram não possuir conflitos de interesse com eventuais patrocinadores das diversas atividades.


Aviso legal: As informações deste texto são meramente informativas e não podem ser consideradas nem utilizadas como indicação medica.
É permitida a utilização das informações contidas nesta mensagem desde que citada a fonte: WWW.HEPATO.COM


O Grupo Otimismo é afiliado da AIGA – ALIANÇA INDEPENDENTE DOS GRUPOS DE APOIO