Conhecem os médicos como cuidar de indivíduos portadores inativos de hepatite B e pacientes imunotolerantes?

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Foi publicada pesquisa realizada na Francia com médicos especializados em hepatite B para determinar como definiam os portadores inativos de hepatite B e pacientes imunotolerantes.

(Imunotolerância: Nessa fase, existe elevada replicação viral, sem evidências de agressão hepatocelular. A denominação de fase de imunotolerância deve-se ao fato de que o sistema imunológico do hospedeiro é induzido a tolerar a replicação viral; por isso, as aminotransferases estão normais ou próximas do normal e há pouca atividade necroinflamatória no fígado. Geralmente, essa fase é mais longa nos indivíduos infectados por transmissão vertical, não havendo indicação de tratamento com as drogas atualmente disponíveis. Fonte: Sociedade Brasileira de Hepatologia)

Foi solicitado a 680 hepatos/gastroenteroligistas para responder 11 questões de múltipla escolha. A taxa de participação foi de 32%.

Em relação a imunotolerância 61,9% dos entrevistados não identificam um resultado positivo do HBeAg como um critério fundamental para o diagnostico de imunotolerância.

Para identificar um portador inativo HBsAG, 82,5% consideram que resultados repetidos da transaminase ALT indicariam ser portador inativo e 75.9% utilizam o critério de resultados repetidos de carga viral abaixo de 2.000 UI/ml para indicar se tratar de um portador inativo.

A questão relativa à vigilância biológica dos portadores inativos e pacientes imunotolerantes foi respondido por 78% dos entrevistados. 58% consideram ser útil avaliar a cada 6 meses a concentração alfa-feto-proteína e a carga viral e, 63% a cada 12 meses.

No geral, 19% dos entrevistados não declararam ter tratado um paciente imunotolerante; 81% relataram que tinham tratado esses pacientes em algumas circunstâncias: 73% antes de imunossupressão ou quimioterapia, 54% de tratamentos de gestantes no terceiro trimestre da gravidez, quando a carga viral foi superior a 7 log UI/ml, 49% trataram os profissionais de saúde para evitar a contaminação, e 31% antes do parto.

Concluem os autores que o “estado de portador inativo” parece ter sido bem assimilado, mas a imunotolerância permanece pouco compreendida pelos profissionais da saúde. Monitoramento biológico foi freqüentemente realizado para portadores inativos e pacientes imunotolerantes, mas a diversidade das respostas obtidas destaca a falta de recomendações claras para o acompanhamento destas populações.

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Hepatogastroenterologists’ knowledge of inactive carriers and immunotolerant hepatitis B virus patients in France: results of a practice survey – Causse X , Cadranel JF , P Potier , Hanslik B , Denis J , C Renou , Delasalle P – Eur J Gastroenterol Hepatol. 2015 May;27(5):544-9. doi: 10.1097/MEG.0000000000000306.

Carlos Varaldo
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