Um estudo do Reino Unido apresentado no AASLD 2015 realizado durante o “Dry January” (vide ao final o que é o “Dry January”) mostrou que em bebedores moderados com doença hepática gordurosa alcoólica, ou não alcoólica, melhorou a resistência à insulina e o grau de esteatose (gordura no fígado).
A doença hepática gordurosa alcoólica ou não alcoólica estão entre as causas mais comuns de cirrose no mundo todo. É estimado por diversos estudos que entre 35% e 60% dos indivíduos com gordura no fígado desenvolverão síndrome metabólica e aumento da possibilidade de diabetes tipo 2.
O objetivo do estudo foi determinar o efeito de um mês de abstinência de bebidas alcoólicas na resistência à insulina e outros marcadores da doença hepática gordurosa alcoólica em bebedores moderados.
Os 112 voluntários foram selecionados entre participantes do “Dry January” que ingeriam um consumo médio superior a 48/g por semana (homens) e 36g/por semana (mulheres). Foram excluídos os dependentes de álcool ou com doenças hepáticas conhecidas.
Todos foram avaliados no início e após um mês de abstinência, incluindo o índice de massa corporal (IMC), elastografia hepática (Echosens), exames de sangue (HOMA e hemograma), rotina de exercícios, história de tabagismo, e qualidade de vida.
Resultados:
Na rigidez do fígado pela elastografia hepática de um valor médio de 4,79 kPa, após os 30 dias de abstinência o resultado médio foi de 4,19 kPa.
No referente a pressão arterial máxima (sistólica) que a média entes do estudo era de 13,5 mmHg foi em média de 12,7 mmHg ao final dos 30 dias de abstinência.
O índice de massa corporal (IMC) na média de 26,8 kg/m2 antes da abstinência, ao final dos 30 dias a média foi de 26,1 kg/m2
No HOMA-IR o valor médio antes da abstinência de 1,57 foi reduzido para 1,13 ao final dos 30 dias.
Concluem os pesquisadores que a abstinência de álcool no curto prazo (30 dias) em bebedores moderados melhora a resistência à insulina e os fatores de risco em indivíduos com doença hepática gordurosa alcoólica, sem terem efetuado mudanças no estilo de vida.
MEU COMENTÁRIO
O “Dry January” acontece desde 2012 no Reino Unido e desde então em algumas cidades dos Estados Unidos. É um desafio para que pessoas que bebem de forma moderada fiquem durante os 30 dias de janeiro sem fazer uso de qualquer bebida alcoólica e dessa forma desintoxicar o organismo dos abusos que geralmente acontecem nas festas do final do ano.
Já está comprovado que as pessoas que participam voluntariamente conseguem melhorar o sono, ter mais energia, a pele ficar com uma cor melhor e conseguem perder peso.
Ainda, são 30 dias sem qualquer ressaca, conseguem uma boa economia de dinheiro e ao final dos 30 dias fica o sentimento de realização por ter cumprido a meta a que se propuseram, melhorando a autoestima.
Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Short Term Abstinence from Alcohol Improves Insulin Resistance and Fatty Liver Phenotype in Moderate Drinkers – Gautam Mehta, Stewart Macdonald, James B. Maurice, Safa H. Al-Khatib, Shenglong Piao, Matteo Rosselli, Devaki Nair, Rajiv Jalan, Colin Sumpter, Tanya Khera-Butler, Alexandra Cronberg, Kevin Moore – AASLD 2015 – Abstract 113
Carlos Varaldo
www.hepato.com
hepato@hepato.com
IMPORTANTE: Os artigos se encontram em ordem cronológica. O avanço do conhecimento nas pesquisas pode tornar obsoleta qualquer colocação em poucos meses. Encontrando colocações diversas que possam ser consideradas controversas sempre considerar a informação mais atual, com data de publicação mais recente.
Carlos Varaldo e o Grupo Otimismo declaram não possuir conflitos de interesse com eventuais patrocinadores das diversas atividades.
Aviso legal: As informações deste texto são meramente informativas e não podem ser consideradas nem utilizadas como indicação medica.
É permitida a utilização das informações contidas nesta mensagem desde que citada a fonte: WWW.HEPATO.COM
O Grupo Otimismo é afiliado da AIGA – ALIANÇA INDEPENDENTE DOS GRUPOS DE APOIO