Fui operada no mês de julho de 2000 e como conseqüência da grande perda de sangue já que sou anêmica crônica, deveram me transfundir sangre, apesar de minha “feroz” resistência. Tive que ceder, fui transfundida, ao sair do hospital um hepatograma deu resultado normal (levava 3 dias de transfundida).
Como tinha terror de que me tivessem infectado com “algo”, iniciei os estudos, e efetivamente o resultado foi que me tinham infectado com hepatite “C”. A carga viral muito alta. Sintomas nenhum. Fizeram-me todo tipo de estudos. Aproximadamente aos 4 anos fizeram biópsia de fígado e deu como resultado fibroses em espaços porta. Ao princípio tinha as transaminases e as fosfatasses altas.
Fiz o tratamento com o interferon peguilado e Rivabirina (5 cápsulas diárias), me baixaram os neutrófilos a níveis perigosos e tive que interromper o tratamento em 3 oportunidades. Aos 6 meses de reinicio, não negativei e o médico decidiu suspender o tratamento.
Não tenho tratamento, mas sim levo uma dieta que não me resulta estrita, porque nunca fumei, nem bebi, nem como frituras, nem comidas sobre saturadas em gorduras.
Depois de 10 anos, em que num “dia do amigo”, infectaram-me com hepatite “C”, direi que não tenho sintomas, que meu transaminases e fosfatasses estão em níveis normais e que só sinto algum sintoma se tomo algo ou como algo que é nocivo para o fígado, então sim, sinto-o como do tamanho de -eu digo- uma sapatilha gigante e mais que dor sinto como que pesa muito.
Meu desejo é que me façam uma nova biópsia para poder saber como avançou a fibroses, (o médico se nega….) porque a angústia de quem padece esta doença é o tempo de sobrevivência e a qualidade da mesma. Angústia que ninguém acalma, agravante porque não aparecem novas alternativas terapêuticas.
Trato de não pensar, mas ultimamente me ocorreram outros fatos, que somados à hepatite, levaram-me a repensar que não posso projetar minha vida em mais de dez anos, sem certeza da qualidade de vida que terei. Com esse panorama deixo de sonhar e de viver em plenitude, para viver só “tempo de desconto”…. Possivelmente esta tristeza seja também produto da mesma doença, mas minha família não entende nada e como “não há ferida aberta que jorre sangue”, é difícil poder visualizar o fantasma que nos invade e nos destrói por dentro.
Um carinho e desejo que uma luz de esperança possa iluminar nossa espera.
Com afeto.
E… ddesde Argentina
Carlos Varaldo
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