Tive uma hepatite que foi chamada Não A Não B mais ou menos no ano 1985 a qual passou levemente e durante uma verificação em meu embaraço no ano 1993 me inteirei que tinha tido hepatite C, perguntei ao obstetra e me disse que não era nada, que já tinha os anticorpos.
Ao fim dos 90 comecei a escutar que a hepatite C continuava fazendo danos no fígado, então fiz estudos, meu genótipo é 1b, fiz uma biópsia, que deu F1 e decidi junto com os médicos não começar nenhum tratamento no momento já que tinha medo, estava divorciada e com uma filha muito pequena. Assustada realizei o exame na minha filhinha, que felizmente deu negativo.
Continuei fazendo outra biópsia aos 3 anos que também deu F1 e quatro ou 5 anos depois me inteirei pelo Sr. Carlos Varaldo da existência do Fibroscan no Hospital Italiano, fiz-me o estudo e deu-me F2-F3.
Aí conheci a Dra. Maria Cristina Alonso, da equipe médica do Dr. Marcelo Silva do Hospital Austral, ela é uma pessoa e uma profissional excepcional, escutou-me como nenhum medico o tinha feito antes, respondeu pacientemente todas minhas inquietações, explicou-me absolutamente todas as possibilidades de tratamento. Entre estes me ofereceu participar de um protocolo de investigação de um laboratório canadense que estavam provando em Fase 1 um inibidor de protease.
Minha vida e meu estado anímico nesse momento eram bons, pelo qual decidi fazê-lo.
Em 11 de Dezembro de 2009 me internaram no Hospital Austral durante 3 dias e me deram cada dia 9 pastilhas do inibidor de protease, solo tive diarréia e dor de cabeça (este possivelmente associado a internação no hospital) e no quarto dia me aplicaram a primeira aplicação de interferon Pegasys e ribavirina.
Trataram-me extremamente bem, cuidaram-me muitíssimo, e me controlavam continuamente.
Eu tinha pânico ao interferon, às 2 horas da aplicação tomei um paracetamol e logo me dava conta de que tinham acontecido já 7 horas desde a aplicação e não sentia nada!!! Solo me sentia emocionalmente estranha, chorava um pouco, ria muito e depois dormi toda a noite.
Estou na semana 16 do tratamento convencional e minha carga viral se encontra indetectável pelo menos desde a semana 12, provavelmente graças ao inibidor de protease dos primeiros dias.
Sinto cansaço, às vezes muitíssimo, às vezes dor de cabeça ou dores musculares, estive amarela porque subiu a bilirrubina, mas já passou, custa-me um pouco dormir, não me faz muito bem tomar sol, mas realmente não é nada que não se possam suportar, cada semana passa voando, quando me quero lembrar já é segunda-feira e volto a me aplicar outra dose.
Dava-me conta que a irritabilidade que às vezes sinto é quando não posso descansar quando realmente o necessito, então priorizo o descanso e as coisas vão bem.
Recomendo absolutamente os protocolos de investigação, quando são oferecidos pelos médicos, não me senti para nada uma “cobaia”, ao contrário, senti-me absolutamente cuidada e, além disso, sinto que contribuo de algum jeito com a ciência. Também recomendo os médicos do Hospital Austral.
Já virá a segunda parte da história….quando souber como resultou finalmente o tratamento.
Até mais tarde e sorte para todos!
Carlos Varaldo
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