O que poderá vir de novo das pesquisas mais promissoras na hepatite B apresentado no EASL 2016

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A hepatite B é uma doença que apesar de ter sido descoberta antes da hepatite C ainda está se estudando e descobrindo como atua o vírus no organismo, quais mecanismos utiliza na sua replicação e como realmente ataca o fígado. A cada dia aparecem novos estudos e assim, passo a passo, até o final desta década ou mais tardar no início da próxima década que começa em 2020 poderemos comemorar a chegada de medicamentos que realmente curem a hepatite B.

As pesquisas devido a estrutura do vírus B são complicadas e muito difíceis de entender, portanto, não me considero em condições (acredito que ninguém possa) de explicar em palavras simples como atuam as drogas que estão em desenvolvimento, ficando limitado a um breve resumo de cada uma delas.

1 – Core Protein Allosteric Modulators (CpAMs)

As chamadas “CpAMs” são uma nova classe de drogas antivirais de ação direta que modulam algumas proteínas do vírus da hepatite B, as quais estão sendo testadas de forma individual ou em combinação com os atuais medicamentos disponíveis.

Na Fase 1 dos estudos o “HBV/ABI-H0731” uma das CpAMs demonstrou evitar a replicação do HBeAg atuando seletivamente na linha celular HepAD38 (Gt D) e células HepG2. Melhor ainda, atuam de forma igual em diferentes genótipos da hepatite B e boas condições de segurança com propriedades farmacocinéticas promissoras.

2 – ARC-520 RNAi

O “ARC-520 ARNi” é uma droga que tem como alvo para o tratamento o “cccDNA”.

O estudo apresentado no EASL 2016 objetiva avaliar o impacto da terapia de RNAi sobre a perda do HBsAg.

O estudo em Fase 1 incluiu 32 infectados HBeAg-negativos e 8 pacientes HBeAg-positivos além de 10 pacientes recebendo um placebo. Todos os pacientes se encontravam em tratamento com entecavir há pelo menos 5 anos, tendo interrompido tal medicamento ao iniciar a administração do “ARC-520 ARNi”.

Concluíram os autores que a diminuição do HBsAg foi devido à terapia ARC-520 e a detecção do anti-HBs, reflexo da recuperação da resposta anti-HBs. Outros estudos com doses múltiplas longitudinais irão avaliar a magnitude e persistência de perda do HBsAg em terapia ARC-520.

3 – NVR 3-778

O “NVR 3-778” é o primeiro inibidor do “Core” que está sendo estado de forma isolada e em combinação com interferon peguilado em pacientes HBe-Ag-positivos nunca antes tratados obtendo reduções significativas no HBV-DNA (carga viral) e no HBeAg, indicando uma replicação menor do vírus no organismo.

A Fase 1 o tratamento incluindo 64 pacientes foi de somente 4 semanas se observando uma redução do HBV-DNA de 1,72 log na monoterapia e de 1,97 log quando combinado com o interferon peguilado.

Deverá começar rapidamente a Fase 2 utilizando por longo tempo de tratamento o “NVR 3-778” combinado com interferon peguilado e, também, com os atuais medicamentos orais disponíveis, entecavir e tenofovir.

MEU COMENTÁRIO

A cada dia estamos mais perto de se conseguir a cura da hepatite B!

Carlos Varaldo
www.hepato.com
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