O “Madrid-CoRe” é um registro prospectivo de todos os adultos co-infectados HIV/HCV que receberam tratamento para hepatite C com os novos medicamentos de ação direta – DAA- de uso oral, livres de interferon, em hospitais regionais da Madrid.
Os pesquisadores avaliaram a resposta terapêutica às 12 e 24 semanas após o final do tratamento, em 2.402 co-infectados tratados entre novembro de 2014 e maio de 2016. No congresso AASLD 2016 foram apresentados os dados completados em dezembro de 2015, com 1.242 pacientes.
Entre os quais 1.162 (93,6%) estavam também em tratamento antirretroviral e 533 (53%) com cirrose hepática, entre eles 126 com cirrose descompensada e 93 pacientes com lesões extra-hepáticas graves. No grupo 17 eram transplantados de fígado e 7 se encontravam em lista de espera para o transplante. Existiam 11 pacientes com câncer de fígado.
O tratamento da hepatite C foi realizado com sofosbuvir / ledipasvir em 775 pacientes; com sofosbuvir / daclatasvir em 200 pacientes; com o regime 3D em 175 pacientes; com sofosbuvir / simeprevir em 67 pacientes e com sofosbuvir / ribavirina em 6 pacientes.
No total dos 1.123 (90,4%) obtiveram a cura da hepatite C; 69 (5,5%) recidivaram após o final do tratamento; 19 (1,5%) morreram durante o estudo por diversas causas; 8 (0,6%) interromperam o tratamento devido a efeitos adversos e 23 pacientes por outras razões.
Os fatores independentes associados para a perda do tratamento foram o sexo masculino, a cirrose descompensada (mas não a cirrose compensada) e o tratamento com sofosbuvir / simeprevir com ribavirina.
Os resultados por genótipo mostram que co-infectados HIV/HCV infectados com o genótipo 1-a da hepatite C obtiveram 90,5% de cura; os infectados com o genótipo 1-b, 92,9%; infectados com o genótipo 3, 88,6%; infectados com o genótipo 4, 89,3% e em outros genótipos, 91,8%. No total os pacientes sem cirroses obtiveram 92,6% de taxa de cura; os pacientes com cirrose compensada, 90,4% e os pacientes com cirrose descompensada, 80,2%.
Concluem os autores que os resultados desta grande coorte prospectiva de pacientes co-infectados HIV/HCV, a maioria com cirrose, demonstram uma elevada eficácia do tratamento da hepatite C com os medicamentos orais de ação direta – DAA.
MEU COMENTÁRIO
Fica comprovado que co-infectados HIV/HCV devem receber tratamento imediatamente, evitando que cheguem a um dano hepático elevado, com descompensação da cirrose, quando então a possibilidade de cura da hepatite C diminui significativamente.
Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Real-world outcomes with new HCV antivirals in HIV/ HCV-coinfected subjects: Madrid Coinfection Registry (Madrid-CoRE) findings – Angela Gil-Martin, Juan J. Gonzalez-Garcia, Encarnacion Cruz-Martos, Ana Moreno, Lourdes Dominguez-Dominguez, Marisa Montes, Teresa Aldamiz-Echevarria, Maria J. Tellez, Ignacio de los Santos, Laura Benitez, Jose Sanz, Pablo Ryan, Gabriel Gaspar, Miguel Gorgolas, Juan E. Losa, Rafael Torres-Perea, Carlos Barros, Juan Victor San Martin, Sari Arponen, Maria Jose Calvo, Marta Alcaraz, Inmaculada Jarrin, Juan Berenguer – Abstract 78 – AASLD 2016
Carlos Varaldo
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