Hepatite C: análise de curas versus novas infecções em 91 países

1985

Um estudo publicado no “Journal of Virus Eradication” analisou em 91 países a variação anual das taxas de cura, a quantidade de novas infecções e as mortes associadas a hepatite C de cada país, concluindo que são poucos os países que poderão alcançar a eliminação da hepatite C para deixar de ser um problema de saúde pública até 2030. A análise compreende dados de 91 países, em outros 109 países, foi feita uma estimativa usando médias regionais do tamanho da epidemia.

A hepatite C só pode ser erradicada se as taxas de cura anual forem consistentes e significativamente maiores do que as novas infecções, em muitos países. Em 2016, a Organização Mundial da Saúde solicitou aos países esforços para se conseguir uma redução de 90% nas novas infecções na hepatite C até 2030. Os medicamentos antivirais de ação direta podem curar a maioria dos tratados, em torno de 90% na maioria das populações.

Os dados epidemiológicos de 2016 foram extraídos de relatórios nacionais, publicações e do Observatório Polaris. Entre 210 países foram encontrados 91 países com dados sobre a cura (resposta sustentada) da hepatite C, mortes relacionadas e novas infecções disponíveis para análise.

Nos 91 países analisados é estimado em 57,3 milhões as pessoas com infecção crônica por hepatite C em 2016. Nos 109 países restantes, o tamanho da epidemia projetada era de 12,2 milhões, dando um tamanho de epidemia global de 69,6 milhões.

Nos 91 países analisados, houve uma queda de 57,3 para 56,9 milhões de pessoas com hepatite C em 2017, uma redução de 0,7%. O total global de infecções projetado foi de 69,6 a 69,3 milhões, uma redução de 0,4%. Dez países tinham pelo menos cinco vezes mais pessoas atingindo a cura do que novas infecções por hepatite C, incluindo Egito e EUA. Em 47 dos 91 países, em 2016 houve mais infecções por hepatite C do que infectados conseguindo a cura.

Concluem os autores que muitos poucos países estão no alvo para alcançar a eliminação da hepatite C até 2030. Enquanto as regiões da América do Norte, do Norte de África, do Médio Oriente e da Europa Ocidental mostraram pequenas diminuições de prevalência, a epidemia está crescendo na África Subsaariana e Europa Oriental. São necessárias taxas muito maiores de tratamento com os medicamentos de ação direta para se conseguir a eliminação mundial da hepatite C.

MEUS COMENTÁRIOS

Um gráfico mostra que nos Estados unidos o número de infectados curados e de 7%, no norte da África e região de 5,9%, na Europa Ocidental de 3,6%, na Ásia e região do pacifico de 0,2%, na África subsaariana de menos 2,1%, na Europa, Central e Oriental de menos 4,3%.

 

Curas versus novas infecções em 91 paíseshttp://www.hepato.com/antigo/images/cura_vs_novos_inf.gif(Bar chart showing the net cure by region in 2016. Extrapolated data based on regional calculations of net cure were used to estimate the rate for missing countries and a global estimate. A negative net cure indicates that the epidemic size in the region is increasing)
Para ampliar a imagem entre em http://www.hepato.com/antigo/images/cura_vs_novos_inf.gif

O Brasil não entrou na análise dos 91 países com dados disponíveis, aparecendo no total da América Latina, o qual mostra que na região o percentual de pacientes que receberam tratamento e resultaram curados em 2016 é de 1,2% no total dos infectados.

Mas se considerarmos que no Brasil é estimado em 1,3 milhões o número de infectados pela hepatite C e que em 2016 foram tratados 35.000 pacientes, vemos que não aparecemos tão ruim na fotografia, pois em 2016 foram tratados e curados aproximadamente 2,6% dos infectados, mais do dobro que o total da América Latina.

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
The road to elimination of hepatitis C: analysis of cures versus new infections in 91 countries – Andrew M Hill, Sanjay Nath and Bryony Simmons – Journal of Virus Eradication 2017; 3: 117-123

Carlos Varaldo
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