1 – Segurança e eficácia no tratamento da hepatite B após 1 ano após a mudança de Tenofovir Disoproxil Fumurate – TDF – para Tenofovir Alafenamide – TAF – em pacientes com fatores de risco para uso de TDF
O tenofovir (Tenofovir Disoproxil Fumurate – TDF) é um medicamento largamente utilizado no tratamento da hepatite B e do HIV / AIDS, sendo altamente eficaz e demonstrando após anos de utilização que praticamente não apresenta resistência viral. Mas em alguns pacientes pode provocar problemas renais ou problemas ósseos.
Já existe aprovado em alguns países um novo tenofovir (Tenofovir Alafenamide – TAF) o qual é altamente seguro, o TAF responde igual que o TDF, não cria resistência viral e melhor ainda, não ocasiona problemas renais ou ósseos.
Diversos países já estão atualizando os consensos e protocolos de tratamento recomendando a utilização do novo tenofovir (Tenofovir Alafenamide – TAF), já sendo o tratamento preferencial nos consensos da união europeia e nos Estados Unidos. Em América Latina ainda estamos atrasados, aguardando a aprovação pelas agências reguladoras.
No EASL 2018 foi apresentado um estudo para avaliar a segurança renal e óssea, a eficácia antiviral (DNA-VHB menor que 29 UI / ml) e a normalização da transaminase ALT em um subgrupo de pacientes com fatores de risco básicos para o tenofovir TDF mudando para o tenofovir TAF e tratados durante 96 semanas.
Foram incluídos 1.298 pacientes e desses 540 tiveram a mudança do tenofovir TDF para TAF. Todos a partir da semana 96 passaram a receber somente tenofovir TAF e serão acompanhados até a semana 384 e desses que já existem dados interinos do resultado após 1 ano da mudança.
Concluem os autores que infectados com hepatite B com fatores de risco renal ou ósseo que mudaram para o tenofovir TAF melhoraram a segurança óssea e renal e aumentaram as taxas de normalização da transaminase ALT, mantendo a eficácia.
MEU COMENTÁRIO:
No Brasil o Tenofovir Alafenamide – TAF se encontra em registro na ANVISA e devemos nos envolver para que receba tratamento prioritário e seja aprovado rapidamente, isso vai beneficiar todos os infectados com hepatite B e HIV / AIDS.
Fonte: Safety and efficacy at 1 year after switching from Tenofovir Disoproxil Fumurate to Tenofovir Alafenamide in chronic HBV patients with risk factors for TDF use – E. Gane, W.-K. Seto, H. Janssen, F.A. Caruntu, H.J. Kim, D. Abdurakhmanov, S. Nishiguchi, H. Andrzej, H. Bae, S. Mo, V. Suri, A. Gaggar, J.F. Flaherty, J.-H. Kao, M. Brunetto, M.B. Ferret – Abstract PS-156 – EASL 2018
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2 – É possível parar o tratamento da hepatite B ao utilizar entecavir ou tenofovir – “DARING-B prospective Greek study”
De acordo com as recentes orientações europeias, cessação de tratamento ao se utilizar análogos de nucleosídeos (entecavir ou tenofovir) pode ser tentada em
pacientes não-cirróticos selecionados da hepatite B que permaneceram em remissão a longo prazo durante o tratamento e devem permanecer sob monitoramento atento. Embora as recidivas virológicas sejam comuns, podem ser transitórias e levar à remissão a longo prazo e até mesmo a perda do HBsAg, o ponto final ideal da terapia da hepatite B.
Um estudo prospectivo apresentado no EASL 2018 avaliou cuidadosamente as taxas e preditores de HBsAg de pacientes com hepatite B não cirróticos com virologia indetectável no longo prazo em tratamento durante quatro anos com entecavir ou tenofovir e indetectáveis ao vírus durante os últimos três anos.
Após a descontinuação do tratamento os pacientes foram acompanhados em média por 19 meses. Nenhum paciente morreu ou desenvolveu icterícia ou descompensação. As taxas cumulativas de recidiva virológica definida como ADN-VHB menor de 2000 UI / ml foram 63% aos 6 meses, 67% aos 12 meses e 70% aos 18 meses e a perda do HBsAg foram de 5% ao final do tratamento, 10% aos 6 meses, 20% aos 12 meses e 30% aos 18 meses da interrupção do tratamento com entecavir ou tenofovir.
Concluem os autores que o resultado mostra que a descontinuidade da terapia com entecavir ou tenofovir é eficaz a longo prazo (4 anos) em pacientes não-cirróticos podendo levar ao aumento das taxas de perda de HBsAg em até 20% dos pacientes após o primeiro ano de seguimento. Maior probabilidade de perda subsequente do HBsAg está associada à menor concentração sérica de HBsAg, sugerindo que “flares” precoces pós-tratamento não tratados podem levar ao controle do vírus e a cura funcional da hepatite B.
Fonte: Rates and predictors of HBsAg loss after discontinuation of effective long-term Entecavir or Tenofovir therapy in noncirrhotic HBeAg-negative chronic hepatitis B patients: Results from the DARING-B prospective Greek study – M. Papatheodoridis, E. Rigopoulou, E. Hadziyannis, Z. Kalliopi, V. Xourafas, A. Lyberopoulou, N. Gatselis, I. Vlachogiannakos, S. Manolakopoulos, G. Dalekos, G. Papatheodoridis – Abstract PS-159 – EASL 2018
Carlos Varaldo
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