Estudo publicado no “Journal of Hepatology” analisou nos infectados com hepatite C tratados com os medicamentos de ação direta – DAA – (de uso oral, livres de interferon) qual é o risco de desenvolver câncer no fígado após o tratamento, com base na presença de cirrose e resultado de resposta virológica sustentada (cura).
Foram incluídos no estudo 45.810 pacientes dos Estados Unidos que iniciaram tratamento antiviral no sistema nacional de saúde Veterans Affairs (VA) de 1/1/2009 a 31/12/2015. A maioria dos pacientes recebeu apenas terapia DAA (64%), enquanto 22,5% receberam apenas terapia com interferon e 13,5% receberam uma combinação de interferon e DAA. No total, 23% tinham cirrose e 74% conseguiram a cura da hepatite C.
Os pacientes foram acompanhados por um período médio de 2,5 anos após o final do tratamento e nesse período 2,8% dos pacientes desenvolveram câncer no fígado.
Entre os pacientes com cirrose que não obtiveram a cura, o aparecimento de câncer foi de 5 a cada 100 pacientes a cada ano de acompanhamento.
Já no grupo de pacientes com cirrose que resultaram curados da hepatite C, o aparecimento de câncer foi de 2,2 a cada 100 pacientes a cada ano de acompanhamento.
Entre os pacientes sem cirrose que não obtiveram a cura da hepatite C, o aparecimento de câncer foi de 1,1 a cada 100 pacientes a cada ano de acompanhamento.
E entre os pacientes sem cirrose que obtiveram a cura da hepatite C, o aparecimento de câncer foi de 0,3 a cada 100 pacientes a cada ano de acompanhamento.
Concluem os pesquisadores que avaliando a possibilidade de câncer de fígado após o tratamento antiviral é possível reduzir os ‘danos’ de exames desnecessários em pacientes com menor possibilidade de desenvolver câncer (incluindo custos e exames de imagem desnecessários, biópsias de fígado e outros procedimentos) e aumentar os benefícios, dos pacientes que são mais propensos a desenvolver câncer de fígado.
Fonte: Development of Models Estimating the Risk of Hepatocellular Carcinoma After Antiviral Treatment for Hepatitis C – George N. Ioannou, Pamela K. Green, Lauren A. Beste, Elijah J. Mun, Kathleen F. Kerr, Kristin Berry – journal-of-hepatology.eu/article/S0168-8278(18)32287-6
Carlos Varaldo
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