Nos congressos a seção de encerramento é destinada ao tema que teve maior repercussão e maior número de trabalhos apresentados. No encerramento do Congresso Europeu de Fígado – ILC 2019 – a seção de encerramento teve como tema a doença hepática metabólica relacionada com fígado gorduroso (esteatose), NASH / NAFLD (esteatose não alcoólica) e consumo abusivo de álcool.
Dos poucos mais de dois mil trabalhos apresentados no congresso, 538 eram referentes ao fígado gorduroso, tratando sobre os aspectos clínicos, diagnostico, tratamentos, pesquisas e álcool, sem dúvida foi o fígado gorduroso o principal foco, lembrando o que acontecia com a hepatite C nos últimos anos.
Estima-se que 20 a 30% da população geral tenham esteatose hepática (NASH / NAFLD), mas entre alguns grupos da população as taxas são mais altas, estima-se que entre as pessoas vivendo com HIV/Aids entre 30 e 50% estejam com esteatose e entre as pessoas com diabetes tipo 2 também a taxa de esteatose seja semelhante.
O fígado gorduroso é uma acumulação de lípidos (lipídios) no fígado que devagar, durante muitos anos, pode levar a cirrose e doença hepática grave, e o fígado gordo pode desenvolver-se sem necessariamente ter hepatite C ou hepatite B.
Os médicos em geral, por falta de informação, dão pouca importância ao fígado gorduroso, por isso raramente é avaliado e diagnosticado.
Simples alterações nas enzimas hepáticas (TGO – TGP) são os primeiros sintomas que existe atividade inflamatória no fígado e que deve ser investigada. Uma simples ultrassonografia pode confirmar a presença de gordura no fígado.
Por enquanto não existem medicamentos para tratar a gordura no fígado, mas existem muitas pesquisas e em uns dois ou três anos vamos ter opções terapêuticas de tratamento. Por enquanto a recomendação e manter o peso ideal e praticar atividades físicas de no mínimo trinta minutos durante cinco dias da semana.
Carlos Varaldo
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