O tratamento da hepatite C com os novos medicamentos orais de ação direta (DAA) apresentam taxas de cura que chegam até 99% dos infectados na maioria dos casos, mas é necessário estar ciente que após a cura ainda é preciso avaliar o risco de outras complicações, como o câncer extra-hepático (fora do fígado), o diabetes e problemas cardiovasculares, como alertam pesquisadores em publicação na revista “Gastroenterology”.
O estudo realizado, de base populacional, foi nos Estados Unidos usando os registros de mortalidade do Censo do Centro Nacional de Estatísticas de Saúde, de 2007 a 2017.
Foi confirmado que a mortalidade relacionada ao fígado entre pacientes com infecção pelo vírus da hepatite C que tinha aumentado entre os anos de 2007 a 2013, diminuiu depois que os infectados começaram a receber tratamento com os novos medicamentos de ação direta (DAA), a partir de 2014 até 2017.
Entre os pacientes com hepatite C já curados, a mortalidade por câncer extra-hepático foi de 2,6%, de 1,9% para doença cardiovascular e para diabetes foi de 3,3%.
Em uma análise dos registros de mortalidade do Censo do Centro Nacional de Estatísticas de Saúde dos Estados Unidos, os pesquisadores encontraram que após o uso disseminado dos medicamentos de ação direta (DAA) para o tratamento da hepatite C, a mortalidade específica por causa de câncer extra-hepático aumentou, assim como a mortalidade por doença cardiovascular ou pela diabetes.
Concluem os pesquisadores que esses achados indicam a necessidade de reavaliar os fatores de risco e risco para câncer extra-hepático, doença cardiovascular e diabetes em indivíduos tratados com sucesso na hepatite C.
Fonte: Trends in mortality from extrahepatic complications in patients with chronic liver disease, from 2007 through 2017 – Donghee Kim , Adeyinka C. Adejumo , Eric R. Yoo , Umair Iqbal , Andrew A. Li , Edward A. Pham , George Cholankeril , Jeffrey S. Glenn , Aijaz Ahmed – Gastroenterol 2019; doi.org/10.1053/j.gastro.2019.06.026.
Carlos Varaldo
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