Embora os termos exercício e atividade física sejam às vezes usados de forma intercambiável, eles têm significados diferentes. A OMS define atividade física como “qualquer movimento corporal realizado pelos músculos esqueléticos que desperdiçam energia”. Enquanto o exercício é “atividade física cujo objetivo principal é melhorar ou manter a aptidão ou o desempenho físico”.
Os benefícios de saúde na prática de exercícios físicos são comprovados e amplos, e vão além de qualquer medicamento. A “Academy of Medical Royal Colleges” descreveu a atividade física como um “milagre que cura”.
Existem fortes evidências de que as pessoas mais ativas que praticam exercícios físicos têm taxas mais baixas de todas as causas de mortalidade, doenças cardiovasculares, doenças metabólicas, câncer de cólon, câncer de mama e depressão, com benefícios adicionais para a saúde. Qualquer nível de aumento da atividade física é benéfico.
Um grande estudo mostrou que pessoas que realizam apenas 15 minutos de exercícios físicos de intensidade moderada por dia têm 3 anos a mais de expectativa de vida do que aquelas que estão inativas. Há evidências de que, se essa atividade se estender ao longo da semana, com 30 minutos de atividade física em pelo menos 5 dias, o benefício será maior.
Enquanto isso, a inatividade contribui para tantas mortes quanto o tabagismo, sendo o quarto principal fator de risco para mortalidade no mundo. Mais de 25% dos adultos são inativos, fazendo menos de 30 minutos de atividade física por semana.
A enquete é parte de um projeto maior que objetiva incentivar o teste da hepatite C na população brasileira e também o diagnóstico de NASH (esteato hepatite não alcoólica) em pessoas com diabetes tipo 2 e na população obesa.
Resultados da enquete
1.048 pessoas participaram de enquete realizada pelo Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite com o objetivo de conhecer quais atividades físicas realizam as pessoas que tem, ou tiveram, algum problema que afeta o fígado, seja uma hepatite, gordura no fígado (esteatose), câncer de fígado, fibrose ou cirrose.
A enquete foi realizada por formulário eletrônico na plataforma Survey Monkey no primeiro semestre de 2018. Entre os participantes, 63% eram do sexo feminino e 37% do sexo masculino.
Cinquenta e quatro porcento responderam que praticam algum tipo de atividade física, sendo que 56% realizam “caminhadas”, seguindo em importância a musculação na academia, praticada por 18% dos entrevistados, pedalada/bicicleta realizada por 11% e, a corrida é praticada por 9%.
Somente 17% praticam a atividade 5 dias na semana e 60% somente a realizam entre 1 ou até no máximo 3 dias na semana.
Quando questionados porque não praticam atividades durante cinco dias na semana, como é recomendado pelos médicos, 44% responderam falta de disposição ou se sentem desmotivados, 34% sentem falta de energia, 25% reconhecem serem sedentários, 16% não praticam atividades por estarem acima do peso, 11% não tem uma companhia para realizar qualquer atividade e 22% declaram que moram em regiões degradas ou perigosas, motivo pelo qual não praticam atividades na rua. (os participantes podiam responder mais de uma das questões).
Em relação à idade dos participantes, 67% se encontram na faixa entre 50 e 59 anos de idade, 17% entre 40 e 49 anos de idade e, 10% acima de 70 anos de idade.
Em relação à altura dos participantes, 31% se encontra entre 1,50 e 1,59 metros, 33% entre 1,60 e 1,69 metros, 21% entre 1,70 e 1,79 metros e 7% acima de 1,80 metros de altura.
Em relação ao peso dos participantes, 12,5% se encontram com peso entre 50 e 59 kg, 23,5% entre 60 e 69 kg, 27% entre 70 e 79 kg e 34% pesando mais de 80 kg.
Conclusões
Ao se comparar a altura com o peso dos participantes fica comprovada a epidemia de obesidade que o mundo está enfrentando e, quando o peso dos participantes é analisado desde o ponto em que a maioria, isto é, 60% declaram realizar mínima ou nenhuma atividade física, quanto muito em até somente três dias na semana, pode se prognosticar um quadro sombrio na qualidade de vida dessas pessoas e prever sérios danos futuros na saúde.
A inatividade é devida a vários fatores, como falta de consciência, incerteza sobre os benefícios da atividade física, dificuldade de automotivação ou outras barreiras pessoais.
Incentivar as pessoas que estão inativas a simplesmente se moverem mais é um bom começo e, para muitas pessoas, incorporar a caminhada ou andar de bicicleta na vida cotidiana pode ser a mudança mais fácil de se fazer. Atualmente é fácil utilizar uma bicicleta compartilhada na maioria das cidades.
A atividade física é segura e benéfica para quase todos. Uma maneira motivadora para fazer atividade física é “começar devagar para se acostumar”, começando com aproximadamente 10 minutos de atividade e aumentando gradualmente aproximadamente 10% por dia.
Exemplos de atividade física de intensidade moderada
– Caminhe rapidamente ou ande de bicicleta.
– Trabalhos domésticos, como limpeza ou jardinagem, subir escadas, trabalhos de melhoramento da casa, mas de forma contínua, sem interrupções.
– Jogos e esportes, como dança, natação ou esportes coletivos, esportes individuais, como tênis, artes marciais, patinação
– Uso de aparelhos de ginástica para correr / remar / andar de bicicleta, em casa ou na academia
Exemplos de atividade física de intensidade moderada para pessoas com baixa capacidade de exercício, como indivíduos debilitados ou com doenças que limitam os movimentos.
- As mesmas acima citadas, mas em menor intensidade absoluta.
– Prática de exercícios na posição sentada.
– Grupos de atividades comunitárias, como aulas de força e equilíbrio, Tai Chi e aulas de dança
– Caminhar, andar de bicicleta ou se mover a uma velocidade normal.
Carlos Varaldo
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